O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta quarta-feira, 19, que o Exército chinês enfrenta “problemas profundos” na disciplina, política, ideologia e estilo de trabalho, em meio a uma onda de demissões decorrentes de uma campanha anticorrupção nas Forças Armadas.
Durante uma conferência na cidade de Yanan, Xi alertou que “não deve haver esconderijo para elementos corruptos no Exército”.
“Os quadros de todos os níveis, especialmente os quadros superiores, devem aparecer e ter a coragem de pôr de lado o seu prestígio e expor as suas deficiências. Devem refletir profundamente… fazer retificações sérias, resolver problemas na raiz do seu pensamento “, disse Xi.
O Exército de Libertação Popular (ELP) está sendo submetido a testes políticos “intrincados e complexos” e a situação nacional, a situação partidária e a situação militar estão “todas passando por mudanças complexas e profundas”, segundo o presidente chinês.
Corrupção no Exército
Desde o ano passado, o ELP está passando por um expurgo abrangente de generais chineses, expondo uma corrupção profundamente enraizada no setor militar. Nove generais do ELP e pelo menos quatro executivos da indústria de defesa aeroespacial já foram demitidos do corpo legislativo nacional.
Em um caso de ampla repercussão, Li Shangfu, ex-ministro da Defesa chinês, e vários outros funcionários da defesa do país também foram desligados de seus cargos. Shangfu estava sob investigação por suspeita de aquisição corrupta de equipamento militar.
As demissões desaceleram o esforço de modernização militar do presidente chinês, que investiu bilhões na compra e no desenvolvimento de equipamentos militares para construir um Exército de “classe mundial” até 2050 em meio a tensões no Estreito de Taiwan.
Xi prometeu tolerância zero para a corrupção desde que chegou ao poder em 2012, sendo o ELP um de seus principais alvos.