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China aperta cerco à corrupção e abre investigação contra alto oficial militar

Anúncio ocorre um dia após jornal 'Financial Times' afirmar que ministro da Defesa chinês, Dong Jun, também virou alvo de investigações

Por Da Redação 28 nov 2024, 17h04

A China suspendeu um alto oficial da Comissão Militar Central (CMC), principal órgão militar do país, contra quem abriu uma investigação por corrupção, anunciou o Ministério da Defesa nesta quinta-feira, 28. O afastamento do almirante Miao Hua, de 69 anos, teria sido motivado por uma “grave violação de disciplina”. Aliado próximo do presidente chinês, Xi Jinping, Miao chefiava o Departamento de Trabalho Político.

O anúncio ocorre um dia após o jornal britânico Financial Times afirmar que o ministro da Defesa chinês, Dong Jun, também está sob investigação por suspeitas de corrupção. A reportagem indicou que o episódio faz parte de uma “onda de depurações” conduzida por Xi no Exército Popular da China. As informações, contudo, foram rejeitadas pelo porta-voz da pasta, Wu Qian, e definidas como “pura invenção”.

“Esses espalhadores de boatos nutrem motivos malignos. A China expressa forte insatisfação com tais difamações”, disse ele em coletiva de imprensa. 

Caso as previsões do FT se concretizem, será a terceira vez consecutiva que um ministro da Defesa da China, em exercício ou não, é investigado pelo crime em questão. Segundo a emissora americana CNN, o cerco anticorrupção de Xi teria como foco a Força de Foguetes, um braço de elite que é responsável pelos mísseis nucleares e convencionais do país. Como consequência, generais graduados foram expulsos do Partido Comunista, entre eles o ex-ministro da Defesa Li Shangfu e seu antecessor, Wei Fenghe.

+ De drones a caças, China lança arsenal militar de ponta para rivalizar com EUA

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Modernização das Forças Armadas

Mais de uma dúzia de oficiais militares de alto escalão e executivos aeroespaciais foram destituídos de seus cargos no último ano, de acordo com a CNN. O corte pela raiz faz parte dos objetivos de Xi de aprimorar, modernizar e preparar as Forças Armadas chinesas para combate, em meio à crescente tensão com Taiwan, ilha que a China considera uma província rebelde e parte de seu território.

Há duas semanas, o Airshow China 2024, maior evento de tecnologia de aeronaves do país, alardeou o avanço do governo chinês em poder militar. A feira de seis dias destacou uma série de novos sistemas de armas de última geração, sinal das ambições de Pequim de rivalizar com as capacidades militares dos Estados Unidos (que também apoiam Taiwan).

Entre os principais novidades está o caça furtivo J-35A, projetado para competir com os F-35 de Washington. Após mais de uma década de desenvolvimento, o aguardado jato coloca a China como a segunda nação, depois dos EUA, a operar dois tipos de caças furtivos. O novo modelo é capaz de realizar missões de combate aéreo e ataques de precisão em alvos terrestres e marítimos, considerado um avanço significativo para o país..

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Embora o J-35A compartilhe algumas semelhanças visuais com o F-35, a aeronave se diferencia por ser equipada com dois motores, em vez de um único “turbofan“, como é o caso do modelo americano. A novidade foi acompanhada pelo lançamento do sistema de mísseis terra-ar HQ-19, equivalente ao THAAD dos Estados Unidos.

O sistema, capaz de interceptar mísseis balísticos e veículos hipersônicos, evidencia a busca da China por um arsenal que possa enfrentar cenários de guerra de alta complexidade. O evento também apresentou, pela primeira vez, uma área dedicada exclusivamente a drones, reflexo do aumento da sua relevância nos campos de batalha.

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