A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse nesta quarta-feira, 20, que órgãos de segurança venezuelanas, apoiados pelas milícias pró-governo, reprimiram a dissidência pacífica com uso excessivo de força, assassinatos e tortura. Os crimes foram documentados por seu gabinete.
Em discurso no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, Bachelet também demonstrou preocupação com as recentes sanções dos Estados Unidos às transferências financeiras relacionadas à venda de petróleo da Venezuela. A medida, para a chilena, “podem contribuir para agravar a crise econômica”, em prejuízo da população.
Autoridades venezuelanas falharam ao reconhecer a extensão e a gravidade das crises no abastecimento alimentar e na área de saúde, que levaram mais de 3 milhões de venezuelanos a emigrarem para outros países. Para a ex-presidente chilena, as medidas adotadas pelo governo de Nicolás Maduro foram “insuficientes”.
Em 2018, a ONU denunciou, em um relatório, a violação de direitos humanos durante os protestos contra o governo venezuelano. Na época, apontou o uso excessivo de força e tortura contra os manifestantes. “Milhares de pessoas foram detidas arbitrariamente. Muitas delas foram vítimas de maus-tratos e inclusive de torturas”, diz o texto.
(Com Reuters)