Ala Leste da Casa Branca é completamente demolida para dar lugar ao salão de baile de Trump
Análise da Associated Press mostra que estrutura já foi reduzida a escombros para iniciar obra avaliada em US$ 300 milhões
A Ala Leste da Casa Branca, palco de importantes atividades das primeiras-damas e de jantares de Estado dos Estados Unidos, foi completamente demolida para abrir espaço ao novo salão de baile idealizado pelo presidente Donald Trump, segundo imagens analisadas pela agência de notícias Associated Press, nesta quinta-feira, 23. A obra, avaliada em US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão), ampliará o complexo em 8.400 metros quadrados e permitirá eventos para até 650 convidados.
A estrutura de dois andares, que abrigava salas de estar, escritórios e espaço de trabalho para as primeiras-damas e suas equipes, foi reduzida a escombros. Trump afirmou na quarta-feira 22 que manter a Ala Leste teria “prejudicado um prédio muito, muito caro e bonito” que, segundo ele, presidentes desejavam alterar há anos. O republicano disse ainda que “eu e alguns amigos meus” serão responsáveis pelo financiamento do salão de festas, sem custos para os contribuintes.
Mesmo sem aprovação formal das agências governamentais responsáveis por obras em propriedades federais, o presidente autorizou o início da demolição nesta semana. Especialistas em preservação histórica e ética governamental alertaram para possíveis impactos na integridade do edifício e questionaram o financiamento do projeto.
Preservacionistas pediram ao governo que interrompesse os trabalhos até que os planos para o salão de 8.300 metros quadrados passem pelo processo público de revisão exigido por lei. O National Trust for Historic Preservation afirmou que a análise — que inclui participação da população — representa “uma oportunidade essencial de transparência e engajamento amplo, valores que têm guiado a preservação da Casa Branca desde o concurso público de 1792 que definiu o desenho original do edifício”.
A reforma seria um dos maiores projetos nos jardins da Casa Branca desde que o presidente Harry Truman (1945-1953) criou o que hoje é a Ala Oeste. De acordo com imagens divulgadas pelo governo, a ideia é construir um salão de baile que se assemelharia a um dos cômodos de Mar-a-Lago, a mansão/resort de Trump. Uma das fotos mostra um salão decorado com lustres e cadeiras douradas em volta de dezenas de mesas.
Embora historiadores e especialistas em ética governamental afirmem que presidentes têm autoridade para conduzir a reforma, eles levantam preocupações sobre o financiamento do novo salão de baile e a contratação das empresas de arquitetura — não está claro se foi um processo competitivo, ou se entidades ligadas ao republicano foram beneficiadas. O projeto está sendo executado pelos escritórios McCrery Architects, Clark Construction e AECOM.
Embora o governo tenha apresentado o fato de que não são os contribuintes que vão pagar pelo novo salão de baile como trunfo, o financiamento por doadores voluntários abre espaço para conflitos de ética. Além disso, especialistas alertam que a ampliação da Casa Branca pode permitir que Trump e futuros governos convidem seus doadores à residência presidencial, ao invés de realizar os tradicionais comícios, preparando terreno para uma abordagem cada vez mais transacional.
+ Após salão de baile bilionário, Trump quer erguer ‘Arco do Triunfo’ americano
Em seu segundo mandato, Trump vem tentando remodelar as instituições americanas à sua imagem por meio de mudanças políticas abrangentes — mas parece também querer deixar sua marca na estrutura física da Casa Branca. Antes do salão de baile, ele já redecorou o Salão Oval (com direito a uma profusão de ornamentos dourados), o Rose Garden e instalou um novo mastro de bandeira em frente ao edifício que abriga o poder executivo dos Estados Unidos.
A nova obra também se soma a um cenário de polêmica sobre modernização e uso de recursos privados em propriedades públicas. Trump anunciou recentemente planos para erguer o “Arc de Trump”, uma versão americana do Arco do Triunfo, em frente ao Memorial Lincoln, também financiada por apoiadores do presidente.
O “Arc de Trump” seria erguido no fim da Memorial Bridge, às margens do rio Potomac, e comemoraria os 250 anos da independência americana, em 2026.
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