Vendas no varejo têm pior setembro em 18 anos e fecham 3º tri estagnadas
Queda foi puxada por retração nas vendas de combustíveis e nos setores de hipermercados, supermercados e alimentos
As vendas no varejo do Brasil recuaram mais do que o esperado e registraram o pior desempenho para setembro em 18 anos, devido às perdas em supermercados e combustíveis, indicando incertezas para os últimos meses de 2018 após encerrarem o terceiro trimestre com estagnação.
Em setembro, as vendas no comércio varejista brasileiro recuaram 1,3% em setembro ante agosto, informou nesta terça-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o pior resultado para o mês na série histórica iniciada em 2000.
A receita, nesta base de comparação, caiu 0,2%. Já na comparação com setembro do ano anterior, as vendas tiveram crescimento de 0,1% e as receitas uma alta de 4,1%. No acumulado de 2018, a alta das vendas é de 2,3%, enquanto que o da receita é de 4,3%.
Segundo o IBGE, houve queda no volume de vendas de seis das oito atividades pesquisadas na comparação entre setembro de 2018 e agosto do mesmo ano. A maior pressão negativa se deu na venda de combustíveis, e lubrificantes, com redução de 2%. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também tiveram redução, de 1,2%. Outro segmento que a retração chamou a atenção foi o de Livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 1%.
Com forte peso no bolso dos consumidores, o setor de hiper e supermercados viu suas vendas teve seu pior resultado para o mês desde 2002. O movimento, de acordo com o IBGE, se deu por conta do aumento dos preços –em setembro, a inflação de alimentos e bebidas foi de 0,10%, após uma queda nos preços de 0,34% em agosto. Já os preços dos combustíveis subiram em setembro 4,18%, após queda de 1,86% no período anterior.
“A inflação de combustíveis e hipermercados teve efeito negativo sobre as vendas. A alta dos combustíveis tem a ver com elevações promovidas pela Petrobras e, no caso dos alimentos, houve alta na alimentação domiciliar”, explicou a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes.
As vendas cresceram apenas nos setores de Móveis e eletrodomésticos, com alta de 2%, e de Tecidos, vestuário e calçados, 0,6%.