UTC suspende atividades e tenta renovar contrato com Petrobras
Empresa presta serviços de manutenção de em 17 plataformas de petróleo na Bacia de Campos
A UTC, investigada na Operação Lava Jato, suspendeu as atividades na Bacia de Campos, no litoral fluminense. O motivo, segundo a empresa, é que a Petrobras não renovou os contratos de manutenção para plataformas de petróleo.
“Se a decisão da estatal for mantida [de não aditar os contratos], a empresa terá que implantar um plano de desmobilização de seu contingente no local”, informa a UTC.
A empresa emprega cerca de 4.000 funcionários na Bacia de Campos, onde presta serviços em 17 plataformas de petróleo – P18, P19, P20, P26, P33, P35, P37, P50, P52, P54, P55 e P62. Segundo a coluna Radar-Online, as demissões de 2.000 trabalhadores começam hoje.
O clima entre os funcionários é de apreensão. Nos últimos dias circularam rumores de que a companhia não teria dinheiro para arcar com as rescisões contratuais.
Em nota, a UTC informa que continua tentando renovar o contrato de manutenção de plataformas com a Petrobras. “A companhia informa ainda que está e sempre esteve à disposição da Petrobras para encontrar uma solução que minimize o impacto social de tal medida.”
A construtora assinou hoje acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) em que se compromete a pagar 500 milhões de reais de multa em ressarcimento aos cofres públicos.
Ricardo Pessoa, dono da UTC e um dos delatores, confirmou que participava de um cartel de empresas que fraudavam licitações da Petrobras e que pagou propina a ex-diretores em contratos obtidos com a estatal.
Procurada pela reportagem, a Petrobras ainda não se manifestou.