Trump suspende restrição à venda de tecnologia para a China visando negociação com Xi, diz jornal
Os Estados Unidos e a China entram na terceira rodada de negociações nesta segunda-feira, 28

O governo dos Estados Unidos suspendeu restrições à exportação de tecnologia para a China em meio à tentativa de negociação de um acordo comercial entre os países. A iniciativa visa garantir um encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping ainda neste ano, segundo o jornal inglês Financial Times (FT). Os Estados Unidos e a China iniciam, nesta segunda-feira, 28, a terceira rodada de negociações para o firmamento de um acordo comercial. Autoridades de ambos os países têm reuniões marcadas em Estocolmo, capital da Suécia, para discutir o assunto. Após uma série de idas e vindas, uma trégua comercial com prazo até 12 de agosto foi colocada em prática, de modo que tarifas de importação muito elevadas voltarão a fazer efeito em cerca de duas semanas se nada for feito.
Está na mesa a prorrogação da aplicação de tarifas por mais 90 dias. Segundo o jornal chinês South China Morning Post, trata-se da alternativa mais realista. Uma fonte do governo da China ouvida pelo veículo disse que o país asiático estaria disposto a aceitar a tarifa básica de 10% imposta pelos EUA, desde que as retaliações mais severas sejam interrompidas. Desde meados de maio, os americanos reduziram temporariamente a tarifa contra a China de 145% para 30%, enquanto a alíquota retaliatória chinesa caiu de 125% para 10%. O prazo para que os percentuais voltem aos patamares mais altos termina em agosto.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos foi instruído pela Casa Branca a evitar decisões duras contra a China para preservar as negociações, também segundo o FT. Inicialmente, Trump tentou barrar a exportação do chip H20, projetado para o mercado chinês, mas voltou atrás depois de ser persuadido pelo CEO da Nvidia, Jensen Huang. A empresa californiana de tecnologia seria diretamente impactada, pois exporta o chip diretamente para a China. A retomada da venda de chips aos chineses, contudo, preocupa especialistas americanos em segurança. “A medida representa um erro estratégico que coloca em risco a vantagem econômica e militar dos Estados Unidos”, disse o ex-vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA Matt Pottinger, ao FT.
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