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Trump sabe que tarifas seriam dolorosas para os EUA, diz ex-embaixador

Rubens Barbosa defende que "tarifaço" deve ser usado mais como recurso de negociação, e vê uma nova "guerra tecnológica" entre Estados Unidos e China

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 fev 2025, 18h54 - Publicado em 5 fev 2025, 18h31

A ameaça agressiva de tarifas de importação sobre os produtos de parceiros comerciais relevantes deve ser usada por Donald Trump, o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, mais como uma cartada de barganha no cenário geopolítico do que para a efetiva elevação de impostos. Esta é a visão de Rubens Barbosa, que já foi embaixador do Brasil em Londres e em Washington, de 1994 a 2004, e hoje preside o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice).

“Ele não vai colocar essas tarifas nem contra o México, nem contra o Canadá. Ele já obteve, em parte, o que queria, que era o reforço na fronteira [com o Canadá] contra o fentanil, contra a imigração ilegal [do México]”, disse Barbosa em entrevista a VEJA (veja o vídeo ao fim). “Esse era o objetivo dele, não uma guerra comercial contra esses países (…). É mais uma tática do que uma ação efetiva, porque Trump certamente está sendo ‘brifado’ lá de que essas medidas de aumento de tarifa vão repercutir sobre o produto final dos Estados Unidos; elas voltam para a inflação e poderão ser dolorosas.”

De toda maneira, de acordo com Barbosa, a retórica agressiva do líder da maior economia do mundo coloca a pá de cau em um já moribundo mundo de livre comércio e cria uma espécie de reedição da bipolarização do mundo na Guerra Fria, agora, porém, dividida com a China no lugar da União Soviética, e não no campo bélico ou ideológico, mas sim comercial e, principalmente, tecnológico.

“Os Estados Unidos estão fazendo tudo que eles brigaram para os países em desenvolvimento não fazer na época do liberalismo, do livre comércio, então é um mundo novo”, disse. “Nós tivemos um momento de multipolaridade, com novas frentes de poder, e agora caminhamos para uma nova bipolaridade entre os Estados Unidos e a China (…). Não acho que é uma nova Guerra Fria, mas é uma competição entre duas superpotências na área da tecnologia, na área comercial, na busca de mercados.”

Assista ao vídeo com os principais trechos da entrevista.

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