Trump promete tarifas contra agricultores estrangeiros a partir de abril
O americano não deu detalhes da medida, que segue na esteira do isolacionismo da Casa Branca

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai impor tarifas sobre importações de produtos agrícolas a partir do dia 2 de abril. Trump anunciou a medida por meio de sua rede social, a Truth Social. O presidente não apresentou qualquer detalhe sobre quais produtos serão taxados, qual seria a alíquota cobrada sobre eles e se haveria alguma exceção. “Para os grandes fazendeiros dos Estados Unidos: preparem-se para começar a fabricar uma grande quantidade de produtos agrícolas para serem vendidos DENTRO dos Estados Unidos. As tarifas serão aplicadas aos produtos externos em 2 de abril. Divirtam-se”, escreveu o americano, na segunda-feira 3.
Não está claro se as tarifas prometidas contra importações agrícolas fazem parte do plano dos Estados Unidos para impor “tarifas recíprocas” contra uma ampla gama de produtos e países. As tarifas recíprocas visam combater distorções no comércio internacional, segundo a Casa Branca, quando países cobram mais tributos sobre produtos americanos do que o contrário. O governo americano citou o etanol brasileiro como um exemplo de produto que deve ser mais taxado em decorrência da nova diretriz comercial.
O anúncio da retaliação a produtores agrícolas estrangeiros segue a aplicação de uma tarifa de 25% sobre as importações americanas de aço e alumínio. No caso do aço, o Brasil é o segundo maior exportador do bem para os Estados Unidos, de modo que o protecionismo americano acendeu um alerta na indústria. Já a relação entre a agricultura brasileira e o mercado americano é mais complexa. Os Estados Unidos não apenas recebem parte da produção agrícola brasileira, como são competidores relevantes do Brasil nesse segmento globalmente — a exemplo dos mercados de milho e soja. Caso outros países decidam retaliar as tarifas agrícolas a serem impostas pelos EUA, encarecendo a importação de produtos americanos, o Brasil poderia ser um provedor alternativo.