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Trump ameaça fechar redes sociais após ter tuíte rotulado como enganoso

Não há evidência de que o presidente tenha o poder de impedir o funcionamento das redes, administradas por empresas de capital aberto e usadas no mundo todo

Por Alessandra Kianek Atualizado em 27 Maio 2020, 11h50 - Publicado em 27 Maio 2020, 10h36

O presidente americano Donald Trump ameaçou regular ou fechar as empresas de mídia social no país, em um aviso claramente voltado para o Twitter, depois de ter tido postagens verificadas pela companhia. Pela primeira vez, nesta terça-feira, 26, o Twitter incluiu a etiqueta de “verificação de fatos” em dois textos postados na rede social pelo presidente, que diziam que o voto por correio era fraudulento, e o mandatário reagiu, acusando a empresa de interferir nas eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos. Na manhã desta quarta-feira, 27, Trump disse que os sites de mídia social estão tentando silenciar vozes conservadoras e precisam mudar de rumo ou enfrentar uma ação. “Os republicanos sentem que as plataformas de mídia social silenciam totalmente as vozes conservadoras. Vamos regular fortemente, ou fechá-los, antes que possamos permitir que isso aconteça.” Num segundo post, acrescentou: “Assim como não podemos permitir que cédulas por correio em larga escala se enraízem em nosso país”.

Não há evidências de que Trump tenha a capacidade de desligar as redes de mídia social, administradas por empresas de capital aberto e usadas por bilhões de pessoas em todo o mundo. Há duas semanas, o Twitter reforçou suas regras para combater a desinformação sobre a pandemia, expandindo os tipos de mensagens que podem ser sinalizadas pelos usuários como potencialmente enganosas ou controversas. De acordo com a rede social, “os tuítes [de Trump] contêm informações potencialmente enganosas sobre o processo de votação e foram marcados para oferecer um contexto adicional sobre a votação pelos correios. Debaixo dos tuítes, a rede social publicou o link: “obtenha informação sobre votações por correio”, e o mesmo levava os usuários a um alerta destacando que as informações do presidente eram infundadas, citando conteúdos de vários veículos de comunicação.

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As redes sociais têm sido frequentemente acusadas de aplicar padrões duplos na luta contra a desinformação. O Facebook, por exemplo, tomou a controversa decisão de não sujeitar as declarações dos políticos a análises profissionais externas. O Twitter, por sua vez, decidiu proibir anúncios políticos em sua plataforma, mas isso não impediu Trump de continuar a tuitar sobre todos os tipos de questões com declarações contundentes. Após tentativas de manipulação durante eleições presidenciais, as redes decidiram adotar medidas mais duras para enfrentar a onda de desinformação ligada ao novo coronavírus. Em março, o Twitter retirou duas postagens da conta oficial do presidente Jair Bolsonaro, na qual questionou o confinamento aplicado para coibir a pandemia da Covid-19.

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