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Tesla vai aceitar bitcoin na venda de seus carros

Empresa informou em seu relatório anual que investiu durante o 1,5 bilhão de dólares na criptomoeda, mas faz ressalvas sobre o futuro do ativo

Por Josette Goulart Atualizado em 8 fev 2021, 18h22 - Publicado em 8 fev 2021, 12h59

Outro dia, o bilionário Elon Musk mudou a biografia em seu perfil no Twitter para um singelo #bitcoin. A criptomoeda disparou na hora. A hashtag não está mais em seu perfil, mas nesta segunda-feira, 8, ela está cravada na Tesla, a empresa de automóveis do empresário. Em seu relatório anual entregue à SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana, a empresa anunciou que em janeiro deste ano investiu 1,5 bilhão de dólares no bitcoin e que num futuro próximo vai começar a aceitar a moeda como forma de pagamento na venda de seus carros.

É um anúncio e tanto que pode mudar os rumos das criptomoedas, que ultimamente têm sido alvo de críticas de autoridades monetária europeias. Não à toa, o bitcoin disparou 15% após o anúncio na manhã desta segunda-feira e passou a valer mais de 44 mil dólares.

O mergulho da Tesla no bitcoin pode, no entanto, ser bem controverso. A começar pelo tuíte de Elon Musk. As autoridades podem achar que Musk está manipulando preços. Não seria a primeira vez que o empresário teria problemas com seus tuítes. Ele chegou a ter que deixar a presidência da Tesla por conta de sua atuação no Twitter. Ele tinha afirmado em sua rede já ter dinheiro suficiente para fechar o capital da empresa, o que no entender da SEC era uma forma de manipular o mercado já que mexeu com o preço das ações. Desta vez, Musk pode alegar que nem faz parte da empresa.

Mas independentemente do que as autoridades possam fazer com relação aos tuítes de Musk, a própria empresa faz uma série de ressalvas em seu balanço sobre o futuro da moeda. “Como ativos intangíveis sem emissores centralizados ou órgãos governamentais, os ativos digitais foram, e podem estar no futuro, sujeitos a violações de segurança, ataques cibernéticos ou outras atividades maliciosas, bem como erros humanos ou mau funcionamento do computador que podem resultar na perda ou destruição de chaves privadas necessárias para acessar tais ativos”. A empresa diz que vai tomar todas as medidas razoáveis para proteger seus ativos digitais, mas não pode garantir que tais eventos maliciosos não aconteçam. Além disso, a empresa alerta que as autoridades ainda não têm regras claras sobre a forma de contabilizar esses ativos digitais.

Sobre a possibilidade de vender carros pagos com bitcoin, a empresa diz que será num futuro próximo e que incialmente será feita de forma limitada, sujeito às leis aplicáveis.

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Além do bitcoin, Musk tem ultimamente influenciado o preço de uma outra criptomoeda, a dogecoin,  que nasceu de um meme. Nos últimos dias, a moeda subiu feito um foguete. Ela valia 4 centavos de dólar no fim de janeiro e, de uma hora para outra, disparou 1.000% e vale hoje 40 centavos de dólar. Os tuítes de Musk tem ajudado nesse progresso e, nesta segunda-feira, na esteira do anúncio do bitcoin, a dogecoin sobe mais de 30%.

O que os investidores entendem é que Elon Musk está tentando dizer que o futuro estará nas criptomoedas, afinal, foi o empresário quem redefiniu o mercado de automóveis com seus carros elétricos e tornou a Tesla na montadora mais valiosa do mundo, ultrapassando as tradicionais GM e Ford. 

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