Tarifaço dos EUA: governo brasileiro divulga nota em que diz o que é inegociável
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informa que está disposto a negociar questões comerciais

A poucos dias da entrada em vigor das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, o governo brasileiro afirmou, em nota divulgada na noite de ontem, que está disposto a discutir questões comerciais com Washington, mas reforçou que a soberania nacional não está em negociação.
“A soberania do Brasil e o Estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais”, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Até agora os Estados Unidos fecharam acordos comerciais com União Europeia, Reino Unido, Vietnã, Indonésia, Filipinas e Japão. O Brasil continua a ter a maior tarifa imposta.
A manifestação do governo ocorre em meio à escalada da tensão entre os dois países e confirma que o governo busca manter canais abertos com o governo norte-americano. Segundo a nota, o Brasil tem atuado, desde o anúncio das tarifas, sob orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, priorizando o diálogo comercial sem contaminações ideológicas.
Leia a nota na íntegra:
‘Desde o anúncio das medidas unilaterais feito pelo governo norte-americano, o governo brasileiro, por orientação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem buscando negociação com base em diálogo, sem qualquer contaminação política ou ideológica. Reiteramos que a soberania do Brasil e o estado democrático de direito são inegociáveis. No entanto, o governo brasileiro continua e seguirá aberto ao debate das questões comerciais, em uma postura que já é clara também para o governo norte-americano. O Brasil e os Estados Unidos mantêm uma relação econômica robusta e de alto nível há mais de 200 anos. O governo brasileiro espera preservar e fortalecer essa parceria histórica, assegurando que ela continue a refletir a profundidade e a importância de nossos laços.”
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