Sindicalistas ligados à polícia invadem Congresso
Manifestantes que participavam de ato da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) contra a reforma da Previdência tentaram invadir o Congresso
Um grupo de manifestantes contrários à reforma da Previdência invadiu hoje a Câmara de Deputados. Os manifestantes, em sua maioria policiais civis, chegaram a passar pela chapelaria, entrada principal da Câmara que dá acesso aos salões negro e verde. Eles quebraram parte dos vidros da portaria principal da Câmara, mas foram contidos pela Polícia Legislativa, que formou uma barreira de segurança e reagiu com bombas de gás lacrimogêneo.
Após a confusão, parte do grupo dirigiu-se à rampa do Congresso Nacional. A segurança nas portarias foi reforçada e a circulação entre o Senado e a Câmara está restrita
Desde o final da manhã, o grupo formado por cerca de 3.000 policiais civis, militares, guardas municipais, entre outros profissionais da segurança pública, posicionou-se em frente ao gramado do Congresso Nacional para protestar contra a proposta de reforma da Previdência.
O texto original encaminhado pelo governo previa o fim da aposentadoria especial para a categoria. O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), apresentou mudanças hoje no texto original. No novo documento, a idade mínima para aposentadoria de policiais cai de 65 para 60 anos, mantendo o período de 25 anos de contribuição.
“A mobilização visa pressionar os deputados a rejeitarem pontos que prejudicam a categoria como a retirada da atividade de risco do texto constitucional, alteração do tempo de serviço sejam modificados no texto do relatório da PEC 287”, afirma Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), em nota.
O deputado Lincoln Portela (PRB-MG) disse que pelo menos seis policiais foram detidos em razão da manifestação contrária à reforma da Previdência no Congresso Nacional. Segundo o parlamentar, seriam dois policiais rodoviários federais, dois federais e pelo menos dois policiais civis detidos na delegacia interna da Câmara.
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), lamentou que a Polícia Militar não tenha ajudado a Polícia Legislativa a conter a invasão do Congresso por parte de manifestantes das polícias civil, rodoviária e federal. Pessoas próximas de Eunício contaram que ele ligou para o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, para pedir reforço, porém a ajuda não teria “chegado a tempo”.
“Eu lamento que esse tumulto tenha acontecido aqui hoje, lamento que a Polícia Militar não esteja aqui para evitar qualquer tipo de confronto, foi a Polícia do Senado e da Câmara que tiveram, lamentavelmente, que fazer algum tipo de reação, quando poderia ter sido evitado inclusive esse confronto aqui dentro desta Casa”, criticou.
Eunício afirmou que o Congresso é a “Casa da democracia”, mas disse que “não é essa a democracia que queremos para o Brasil”.
A Fenapef convocou os presidentes dos 27 sindicatos de policiais federais do país e seus sindicalizados a participarem do ato. A manifestação está sendo organizada pela União dos Policiais do Brasil (UPB), que congrega 32 entidades de classe dos profissionais de segurança pública do país, inclusive a Fenapef.
(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)