Shein e Temu anunciam o fim dos preços baixos
Tarifaço de 145% e fim da isenção alfandegária levam empresas a cobrar mais do consumidor final

Preços irresistivelmente baixos oferecidos pelas redes de e-commerce chinesas fizeram as marcas Shein e Temu virarem um sucesso mundial. A partir de 25 de abril, os consumidores americanos vão pagar mais caro nas compras realizadas nestes sites. O anuncio foi realizado pelas empresas, em reposta ao “tarifaço” do presidente Donald Trump, que elevou para 145% a taxa de importação de produtos chineses e acabou com a isenção alfandegária para as mercadorias que custam menos de US$ 800. As duas empresas fizeram comunicados separados, apesar do mesmo teor, divulgados pela Associates Press.
Concorrentes diretas de grandes empresas americanas, como a Amazon, AliExpress e Walmart, as chinesas já estavam na mira de um lobby pesado dentro do governo antes mesmo de Trump assumir o comando do país. Em 2023, as entradas de remessas de importados de baixo custo pularam de 140 milhões para 1 bilhão. Em setembro do ano passado, a Casa Branca já apontava a isenção alfandegária como porta para a concorrência desleal com os produtos americanos e de mercadorias ilícitas, como drogas, em parte devido a pressão das empresas americanas. A Forever 21, por exemplo, chegou a culpar a Shein e a Temu pelos problemas financeiros da rede, além de reclamar dos altos impostos cobrados pelo governo americano. Em março deste ano, ela entrou com o segundo pedido de recuperação judicial para lidar com uma dívida de US$ 1,51 bilhão.
Inicialmente a isenção alfandegária foi substituída Trump por uma tarifa de 30% ou US$ 25 dólares por item. A medida entraria em vigor em maio. Mas o presidente achou pouco e anunciou que a taxa seria US$ 50, a partir de junho. Recentemente, no início deste mês, passou para US$ 75.
Era esperada a reação das empresas de e-commerce. Mas o anúncio de repasse dos preços, porém, chega com tom de incentivo ao consumo imediato e rápido, enquanto os preços ainda estão convidativos.
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