Safra de grãos deve bater recorde em 2019, com 239,8 milhões de toneladas
Crescimento é de 5,9% em relação ao resultado do ano passado; avanço será impulsionado pela produção de milho, que atingiu o maior patamar da história
A safra agrícola de cereais, leguminosas e oleaginosas encerrará o ano de 2019 com recorde, produzindo 239,8 milhões de toneladas, número que representa uma alta de 5,9% – 13,3 milhões de toneladas – em relação ao resultado de 2018, segundo estimativas feitas pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola em agosto. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 10.
De acordo com o levantamento, o crescimento foi impulsionado pela produção de milho, que atingiu o patamar recorde desde o início da série histórica em 1975, com a possibilidade de ampliar 21,5% em relação ao ano anterior, percentual que corresponde a 17,5 milhões de toneladas a mais do produto.
O aumento da produção do grão foi favorecido pela antecipação do plantio da soja, que após colhida dá lugar ao milho, e pelas boas condições do clima. Além disso, o preço do milho estava bom no mercado internacional, segundo o gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Guedes. “O Brasil exportou muito milho em 2019, especialmente para países que atendem o mercado chinês e que estão ampliando a produção de carne de porco em razão da gripe suína na China”, afirma Guedes. Outras lavouras de grãos também devem fechar o ano com alta, tais como o algodão, 32,4%, o sorgo, 13,9% e o trigo, 9,5%.
No entanto, há a expectativa de a soja, o arroz e o feijão sofrerem quedas de 3,9%, 12,7% e 1,1%, respectivamente. O declive da soja, que é a commodity responsável pela maior parcela da produção brasileira, ocorreu devido a problemas climáticos, sofrendo perdas de 4,6 milhões de toneladas. “O clima ficou muito seco entre novembro e dezembro, principalmente na região que engloba as plantações no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Mesmo assim, a estimativa do produto é de 113,2 milhões toneladas”, explica Guedes.
(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)