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Rombo nas contas públicas pode chegar a R$ 1 trilhão por coronavírus

Número incluiu alta nos gastos mais os juros da dívida; secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida, defende reformas para que rombo diminua futuramente

Por Larissa Quintino Atualizado em 14 Maio 2020, 15h47 - Publicado em 14 Maio 2020, 15h11

No esforço de mitigar os danos econômicos imediatos ao país trazido pela pandemia do coronavírus, o déficit público nominal do país deve chegar a 1 trilhão de reais, estima o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida. Esse indicador inclui o rombo fiscal do setor público consolidado — estados, municípios e União — além da conta de juros da dívida. Em audiência pública online com o Congresso Nacional nesta quarta-feira, 14, o secretário enfatizou a importância da agenda reformista, pregada em todas as oportunidades possíveis pela equipe econômica. Se por um lado o governo precisa gastar em resposta a pandemia, seja por recursos para a saúde ou medidas para reforçar caixa das empresas e proteção social — a retomada necessita de compromisso no ajuste das contas. O recado é que, pós-pandemia, o Brasil mostrar que tem condições de ter controle das contas para que o investimento privado, necessário e fundamental para o crescimento, possa vir e impulsionar o avanço econômico.

O 1 trilhão de reais mencionado por Mansueto corresponde a cerca de 13% do Produto Interno Bruto (PIB). Sem contar os juros, o rombo está estimado em 700 bilhões de reais (cerca de 9% do PIB) por conta de mais gastos devido a pandemia. Com esse aumento do déficit, a dívida pública do país chegará a 90% do Produto Interno Bruto (PIB). “A dívida pública, que havíamos reduzido para menos de 76% do PIB no ano passado, pode passar de 90% agora. Uma dívida dessa dimensão pode ser muito alta para um país que não cresce, ou que cresce só 1% ao ano, mas não será alta se crescermos 3% ou 4% ao ano quando a pandemia passar”, projetou.

Para engatar uma retomada mais forte, ele insistiu que o país deverá se engajar em reformas, como a tributária e a modernização de marcos regulatórios. Segundo ele, é fundamental que o país se mostre comprometido com o ajuste e a segurança jurídica para que haja atração de investimento. “É muito importante que os investidores tenham a certeza que país vai, ao longo do tempo, gradualmente, conseguir pagar sua dívida, conseguir controlar o crescimento da sua dívida em relação ao tamanho da economia. Por isso que é tão importante crescer”, disse.

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As falas de Mansueto, e de toda equipe econômica, estão alinhadas no modelo liberal defendido por Guedes para a retomada da economia. Ao debater com o Congresso, mostrar que gastos são ampliados em situações necessárias (como a pandemia), mas que é necessário um compromisso de diminuição da máquina pública e eficiência para o futuro, a área econômica escolhe um remédio amargo, porém mais efetivo, que são as reformas, do que a gastança desenfreada defendida por outros ministérios — que tem danos devastadores e já bem conhecidos pelo país, como crescimento da dívida e corrupção. 

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