Reunião do G20 inicia ofuscada pela crise diplomática com Isarel
Brasil esperava direcionar o foco para a reforma da governança global, mas tensões diplomáticas dominam a agenda internacional

Nos próximos dois dias, o Rio de Janeiro será o epicentro das discussões globais sobre economia, desenvolvimento sustentável e governança. Reunindo os chanceleres das maiores economias do mundo, o encontro marca não apenas a primeira reunião ministerial do G20 sob a presidência do Brasil, mas também a primeira vez que o país assume a liderança desse fórum tão influente.
Como anfitrião, o Brasil se destaca não apenas pela sua posição geográfica estratégica, mas também pela sua determinação em promover uma agenda que visa enfrentar os desafios mais prementes do nosso tempo. Desde que assumiu a presidência rotativa do G20, em dezembro do ano passado, o país tem se empenhado em liderar esforços para combater a fome, a pobreza e a desigualdade, enquanto defende o desenvolvimento sustentável e propõe reformas na governança global.
A programação reflete a importância e a abrangência dos temas a serem discutidos. Na quarta-feira, os ministros das Relações Exteriores iniciarão as deliberações avaliando a conjuntura internacional, em especial os conflitos entre Israel e Hamas e Ucrânia e Rússia, um momento crucial para compreender os desafios e oportunidades que se apresentam em um mundo cada vez mais interconectado. Em seguida, na quinta-feira, a atenção se voltará para a reforma da governança global, um dos pilares da presidência brasileira no G20. O Brasil esperava direcionar o foco para a reforma da governança global, uma agenda que tem sido enfaticamente defendida pelo presidente Lula, mas tensões diplomáticas, em especial com Israel, dominam a agenda internacional, relegando temas fundamentais a segundo plano.
O encontro não se limitará apenas a debates. A reunião oferecerá uma oportunidade valiosa para fortalecer laços diplomáticos, estabelecer parcerias e promover a cooperação entre os países membros. O jantar oficial, oferecido pelo Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Mauro Vieira, e pelo prefeito Eduardo Paes, será um momento-chave para construir pontes e promover um diálogo franco e construtivo.
Apesar das tensões diplomáticas com Israel, autoridades brasileiras afirmam que isso não deve atrapalhar o encontro e esperam que o espírito de cooperação prevaleça durante a reunião do G20. A reunião se encerrará na quinta-feira, 21, sem um comunicado final. A falta desse documento final é um reflexo direto da profunda discrepância de opiniões entre os membros do grupo das 20 maiores economias do mundo, dos quais fazem parte: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana. O mesmo já ocorreu durante as duas últimas presidências do bloco, em 2022, na Indonésia, e em 2023, na Índia.
Quarta-feira
• 13h – Chegada dos chefes de delegação;
• 14h – Discurso inaugural do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Embaixador Mauro Vieira;
• 19h – Jantar oficial.
Quinta-feira
• 8h– Chegada dos chefes de delegação;
• 13h –Encerramento da reunião.