Produção industrial recua 0,3% em julho, 3° mês seguido de queda, diz IBGE
Na comparação com o mesmo período do ano passado, foi registrada queda de 2,5%; e no acumulado do ano, resultado é negativo em 1,7%
A produção industrial no país caiu 0,3% em julho deste ano ante o mês imediatamente anterior, registrando o terceiro resultado negativo consecutivo, segundo divulgou nesta terça-feira, 3, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Industrial Mensal. Os setores de bebidas, alimentos, produtos químicos e informática puxaram a baixa. O resultado também foi negativo na comparação com o mesmo período do ano passado, registrando desempenho 2,5% inferior.
De acordo com a pesquisa, apesar de ser o terceiro resultado negativo seguido frente ao mês ligeiramente anterior, o perfil de julho ficou diferente do que o observado em maio e junho. “Antes, o perfil de recuo era disseminado. Já em julho, 15 das 26 atividades estão positivas, indicando uma concentração de resultados negativos”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo, no relatório do levantamento.
Entre os destaques negativos na comparação com junho, se destacam bebidas (-4%) e produtos químicos (-2,6%), ambas atividades vindas de alta no mês anterior. Além disso, equipamentos de informática e produtos eletrônicos (-3,3%); e produtos alimentícios (-1%) também chamam atenção. Este último acumulou a terceira queda seguida mensal.
No lado positivo, destaque para a recuperação parcial da indústria extrativa, que cresceu 6%, terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando 18,5% em três meses. O setor acumulou queda de 24,5% acumulados nos quatro primeiros meses do ano, por causa das consequências do rompimento na barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), em janeiro. A tragédia deixou ao menos 248 mortos. Outras 22 pessoas são consideradas desaparecidas pelas autoridade do estado.
No entanto, no acumulado do ano — comparação em que a indústria tem queda de 1,7% — o setor extrativo ainda é o que mais compromete, com queda de -12,1%, ante o mesmo período do ano anterior. Outros resultados negativos são produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,4%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,8%) e de outros equipamentos de transporte (-11,4%). Positivamente, aparecerem produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (3,5%), produtos de metal (5,7%), de bebidas (3,9%), e de máquinas e equipamentos (1,4%).
PIB
Apesar do resultado ruim em julho, a indústria puxou o crescimento de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre em comparação ao período ligeiramente anterior, segundo resultado divulgado na semana passada, pelo IBGE.
A indústria cresceu 0,7% no período, o melhor desempenho entre as três principais atividades do PIB. O resultado foi puxado principalmente pela construção e transformação.