Previdência: Sem reforma haverá corte em salário, diz Temer
Presidente disse a empresários que, se as mudanças forem adiadas, será preciso fazer reforma mais radical dentro de poucos anos
O presidente Michel Temer disse que se a reforma da Previdência não for feita neste momento será necessário reduzir benefícios e salários de funcionários públicos dentro de alguns anos. O alerta foi feito durante discurso a empresários da indústria de eletrônicos nesta sexta-feira, em São Paulo.
Temer falou das medidas tomadas pelo seu governo, como o teto de gastos públicos e a alteração no modelo do ensino médio, mas disse que considera duas reformas como prioritárias, a tributária e a da Previdência.
Segundo o presidente, a mudança na aposentadorias é a mais importante, para não haver risco de paralisação do país e, se for postergada, haverá cortes em pagamentos. “Se não fizermos agora, em 2019, 2020, vamos ter uma reforma previdenciária radical, do tipo que aconteceu na Grécia e em Portugal, do tipo que foi preciso cortar as pensões em 20% ou 30%, os vencimentos dos servidores públicos em 20% ou 30%. Se nós fizemos agora, nós alongaremos o tempo para uma reforma mais radical”, disse.
Michel Temer também pediu ajuda dos empresários para convencer os deputados a votarem a favor da medida. “Nós temos que aproveitar essa onda positiva. E por isso, peço para que os senhores para se mobilizarem, não só os a Abinee, mas todos os empresários”, disse.
Votação
O governo busca apoio parlamentar para aprovar a Proposta da Emenda da Constituição (PEC) que muda as regras da Previdência no Plenário da Câmara antes do recesso, que começa no dia 23. A avaliação do Planalto é de que ainda não há a quantidade suficiente de votos (308). A data prevista atualmente é no dia 18, segundo o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O governo federal já comprometeu 43 bilhões de reais, a serem gastos nos próximos anos, para aprovar a reforma da Previdência, segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo. A matéria precisa passar por dois turnos na Câmara, e outros dois no Senado.
Entretanto, apesar do esforço, o dinheiro ainda não foi suficiente para garantir uma base sólida que dê ao Planalto tranquilidade na contabilidade de votos a favor da medida. Até o momento, somente o PMDB e o PTB decidiram obrigar seus deputados a apoiar a proposta.