Previdência: Deputados cobram acesso da população à comissão
Parlamentares de partidos de oposição criticam decisão da comissão especial em impedir o acesso à sala onde acontecem a votação dos destaques
Os parlamentares da oposição cobram do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o acesso da população para assistirem à votação da proposta de reforma da Previdência. Os deputados iniciaram na manhã desta terça-feira a votação dos destaques ao projeto na comissão especial. O texto base foi aprovado na última quarta-feira, e ainda precisa passar pelo plenário antes de seguir para o Senado. A crítica maior é de que a Câmara foi isolada do povo.
Os acessos à sala onde acontece a reunião da comissão que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera a Previdência foram restritos pela diretoria geral da Câmara após invasão de agentes penitenciários na última terça-feira, durante sessão que aprovou o texto. Apenas deputados e funcionários da casa podem acessar o local.
Com o debate em torno da segurança , os parlamentares oposicionistas estão conseguindo retardar o início da votação na comissão Especial da Câmara que analisa a reforma dos destaques apresentados ao relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
Os deputados Ivan Valente (PSOL-SP) e Carlos Marun (PMDB-MS) discutiram mais cedo. O parlamentar paulista cobrou explicações do presidente da comissão por a Casa estar, em “estado de sítio”, com policiais armados e, portanto, não poderia haver discussão sobre emenda à Constituição. O parlamentar sul-matogrossense protestou contra o que seria uma tentativa de interromper os trabalhos, já que os líderes haviam concordado que não haveria obstrução no processo.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) disse que a Câmara caminha para o “precipício” com a tentativa das lideranças do governo de isolamento da Casa e impedimento dos brasileiros de entrarem no prédio. Segundo ele, as galerias do Congresso foram feitas para o povo se manifestar.
Os líderes da oposição pedem o a suspensão da sessão de votação dos destaques. “Essa é Casa do povo. Isso é ridículo”, disse o deputado Assis Carvalho (PT-PI).
(Com Estadão Conteúdo)