Prévia da inflação fica em 0,13% em setembro, abaixo da estimativa do mercado
Analistas estimavam uma alta de 0,29% no período. Bandeira tarifária vermelha encareceu a conta de luz, enquanto transportes tiveram deflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, a prévia da inflação, variou 0,13% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 25, pelo IBGE. O dado representa uma pequena desaceleração em relação aos 0,19% registrados na prévia de agosto, além de virem abaixo da estimativa do mercado, de 0,29% para o período.
Os dados do IPCA mostram que sete dos dez grupos pesquisados registraram variação positiva, com o maior impacto vindo de habitação, com o aumento da conta de luz devido a vigência da bandeira tarifária vermelha. A prévia da inflação mede a variação dos preços nas duas primeiras semanas do mês de referência, neste caso, o mês de setembro, e as duas últimas do mês anterior.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,15%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa é de 4,12%, abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores — vale salientar que a meta de inflação para este ano é de 3%, com a margem de tolerância até 4,5%. Os dados de inflação são fundamentais para que o Banco Central calibre a política monetária. Na semana passada, o BC iniciou um ciclo de aperto monetário, com alta de 0,25 ponto na Selic.
Resultado
Em Habitação, o principal impacto veio da energia elétrica residencial, que passou de uma deflação de 0,42% em agosto para uma inflação de 0,84% em setembro, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 a partir de 1º de setembro. Ainda em Habitação, destaque para a alta da taxa de água e esgoto (0,38%) após reajustes tarifários de redução média de 0,61% em São Paul, Salvador e Fortaleza.
O grupamento de Alimentação e Bebidas, que tem maior peso na cesta de inflação, registrou aumento de 0,05%, após dois meses de queda nos preços. A alimentação no domicílio teve variação de -0,01%, após recuar 1,30% no mês anterior. Contribuíram a queda o recuo nos preços da cebola (-21,88%), da batata-inglesa (-13,45%) e do tomate (-10,70%). No lado das altas, destacam-se o mamão (30,02%), a banana-prata (7,29%) e o café moído (3,32%).
O IPCA-15 também registrou alta nos preços a alimentação fora do domicílio (0,22%), com desaceleração em relação ao mês de agosto (0,49%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 0,76% em agosto para 0,20% em setembro) e da refeição (0,37% em agosto para 0,22% em setembro).
Os outros três grupos que registraram altas no IPCA-15 de setembro foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), Artigos de residência (0,17%), Vestuário (0,12%), Educação (0,05%) e Comunicação (0,07%).
Apenas Despesas Pessoais (-0,04%) e Transportes (-0,08%) apresentaram queda. Neste último, com impacto de -0,02 p.p., o resultado foi influenciado pela gasolina (-0,66% e -0,03 p.p.). Em relação aos demais combustíveis (-0,64%), o etanol (-1,22%) também recuou, enquanto o gás veicular (2,94%) e o óleo diesel (0,18%) apresentaram altas. As passagens aéreas registraram aumento nos preços (4,51% e 0,03 p.p).