Prévia da inflação desacelera em dezembro mas fecha o ano acima do teto
Segundo os dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, indicador ficou em 0,34% em dezembro, puxado especialmente pelos alimentos

A prévia da inflação ficou em 0,34% em dezembro, uma desaceleração em relação ao mês anterior. O índice acumulado fecha o ano em 4,71%, acima do teto da meta de inflação definido para este ano, de até 4,5%. Em relação ao ano passado, o índice apresentou estabilidade, já que o indicador fechou em 4,72%.
O IPCA-15 mede a inflação das duas primeiras semanas do mês de referência e as duas últimas do mês anterior. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta em dezembro. Alimentação e bebidas foi responsável não só pela maior variação (1,47%), como também pelo impacto positivo mais acentuado (0,32 p.p.). A maior variação acumulada no ano (8%) e a maior contribuição (1,68 p.p.) foram do mesmo grupo.
Em dezembro de 2024, vale mencionar também os resultados de despesas pessoais (1,36% e 0,14 p.p.) e transportes (0,46% e 0,09 p.p.). Pelo lado negativo, o impacto mais expressivo em dezembro foi do grupo habitação (-0,20 p.p. e -1,32%). Os demais ficaram entre o recuo de 0,52% de artigos de residência e o avanço de 0,34% de vestuário.
No grupo alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio registrou variação de 1,56% em dezembro. Os aumentos do óleo de soja (9,21%), da alcatra (9,02%), do contra-filé (8,33%) e da carne de porco (8,14%) contribuíram para esse resultado. No sentido oposto, destacaram-se a batata-inglesa (-9,85%), o tomate (-6,71%) e o leite longa vida (-2,42%).
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, acelerou de 0,57% em novembro para 1,23% em dezembro. A refeição (1,34%) e o lanche (1,26%) tiveram variações superiores às observadas em novembro (0,38% e 0,78%, respectivamente).
Em despesas pessoais, a alta do cigarro (12,78%) foi determinante para o desempenho do segmento. Isso foi consequência do aumento da alíquota específica do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre cigarros, a partir de 1º de novembro. Também houve altas nos subitens cinema, teatro e concertos (2,58%) e cabeleireiro e barbeiro (1,37%).
No grupo transportes, o subitem passagem aérea subiu 4,43% em dezembro. Em combustíveis (0,09%), foram observados aumentos nos preços do etanol (0,80%) e do óleo diesel (0,41%), enquanto a gasolina (-0,01%) e o gás veicular (-0,12%) apresentaram variações negativas. Além disso, o subitem ônibus urbano subiu 1,20%, após gratuidades concedidas nas passagens no segundo turno das eleições municipais em diversas áreas contempladas pela pesquisa em outubro.
No lado das quedas, cujo maior destaque foi o grupo habitação, a energia elétrica residencial recuou 5,72% em dezembro, em decorrência do retorno da vigência da bandeira tarifária verde, a partir de 1º de dezembro, com a qual não há cobrança adicional nas faturas. Em novembro, vigorou a bandeira tarifária amarela. Ocorreram, ainda, reajustes tarifários nas seguintes capitais brasileiras: Brasília, São Paulo, Porto Alegre e Goiânia.
Outro destaque de habitação foi o resultado da taxa de água e esgoto (0,32%), após reajuste de 9,83% nas tarifas do Rio de Janeiro (3,93%) a partir de 1º de dezembro. Já o recuo do gás encanado (-0,10%) decorre da redução tarifária de 0,51% no Rio de Janeiro (-0,32%), a partir de 1º de novembro.
Em 2024, alimentos tiveram o maior impacto no IPCA-15
No topo da lista dos maiores impactos de 2024 está o grupo alimentação e bebidas. A maior variação acumulada e a maior contribuição no ano foram do setor (8% e 1,68 p.p., respectivamente). A maior contribuição desse grupo veio do subitem refeição (0,21 p.p.), que apresentou variação no ano de 5,72%.
Com variação de 6,03%, o segundo maior impacto neste ano veio do grupo saúde e cuidados pessoais (0,80 p.p.). Em terceiro lugar no ranking ficou habitação (0,53 p.p), que mostrou variação acumulada de 3,44%.