Presidente do IBGE é acusado de criar “IBGE paralelo”. Entenda
O centro da controvérsia atual é a criação da Fundação IBGE+, defendida pelo presidente Márcio Pochmann, para apoiar as atividades do instituto

A criação da Fundação IBGE+ abriu um capítulo de tensão no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A medida, defendida pelo presidente do órgão, Márcio Pochmann, enfrenta resistência do sindicato que representa os servidores, que classificou a fundação como “IBGE paralelo” aprofundando um embate que já se arrasta desde 2024.
O sindicato ASSIBGE tem repetido que, se a Fundação IBGE+ começar a funcionar, há risco de ela interferir na independência técnica do IBGE, ou seja, de influenciar as decisões e pesquisas do instituto. O sindicado convocou uma reunião online para esta quinta-feira23.para discutir a criação da Fundação IBGE+ e as estratégias de resposta às ações da presidência. Também está na pauta uma avaliação da gestão de Márcio Pochmann que assumiu a presidência em julho de 2023. A relação com o sindicato já havia ficado estremecida em 2024 com a convocação de volta ao trabalho presencial.
A Fundação IBGE+ é defendida pelo presidente que firma que ela tem o objetivo de apoiar as atividades do instituto, promovendo o reconhecimento do órgão como Instituição de Ciência e Tecnologia. Segundo ele, esse status permitirá o acesso a recursos não-orçamentários, considerados essenciais para a modernização e fortalecimento tecnológico do IBGE. A presidência afirma que o processo foi debatido no Conselho do IBGE e divulgado no portal oficial do órgão e no site da fundação.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE questiona e diz que seu quadro técnico não foi consultado. “ASSIBGE – Sindicato Nacional tem se manifestado de forma reiterada quanto aos riscos de que, posta em operação, o novo ente possa comprometer a autonomia técnica do órgão oficial”, diz nota divulgada no site do sindicato.