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Presidente do BC se diz ‘decepcionado’ com desempenho da economia

Ainda que indicadores mostrem queda no ritmo da economia, Roberto Campos Neto afirmou que há espaço para retomada do crescimento

Por Da redação
Atualizado em 16 Maio 2019, 14h02 - Publicado em 16 Maio 2019, 12h19

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira, 16, que houve uma decepção em relação ao desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre de 2019, com projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) indicada pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). O indicador, considerado uma prévia do PIB, foi divulgado na última quarta-feira pelo BC.

“Nós mencionamos na ata e na linguagem oficial que ficamos decepcionados com o resultado do crescimento. Inclusive mencionamos a palavra ‘retomada’, o que significa que a gente acha que ele (o crescimento) foi parcialmente interrompido”, disse, durante audiência pública na comissão de orçamento do Congresso Nacional. 

Apesar dos indicadores, Campos Neto afirmou aos parlamentares que há expectativa de retomada do crescimento. Segundo o presidente do BC, a retomada ocorreria porque há crescimento na confiança empresarial, na tendência gradual de recuperação do investimento, na estimulação da política monetária e na recuperação observada no mercado de crédito, segundo Campos Neto.

Ele afirmou, no entanto, que não vai trocar inflação controlada por crescimento econômico, argumentando que isso já foi tentado no passado e deu errado, resultando em forte recessão.

“Acreditar que a gente vai trocar uma inflação controlada, um sistema de credibilidade no longo prazo, por um crescimento de curto (prazo), isso é voo de galinha. Não dura e, quando ele volta, a crise é grande e nós gastamos um bom tempo tentando recuperar isso”, disse o presidente do BC. Para Campos Neto, o melhor jeito de crescer de forma estável é ter uma inflação sob controle.

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Taxa de Juros

O presidente do BC enfatizou que, para um eventual corte na taxa de juros, é necessária uma melhoria do cenário fiscal. Segundo ele, o último ciclo de afrouxamento se deu na esteira da aprovação da regra do teto de gastos, que limitou o crescimento das despesas à inflação. A Selic, taxa básica de juros da economia, está em 6,5% ao ano desde março do ano passado. Esse é o menor patamar da história na taxa. “(Isso) mostra o quão importante é o cenário fiscal para a queda de juros”, afirmou.

(Com Reuters e Agência Brasil)

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