Por que o Pix brasileiro incomoda mais do que o Pix da Índia, segundo Galípolo
Presidente do BC esteve hoje no Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira, 11, durante palestra na reunião do Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo, que o Pix chama mais atenção pela sua adesão que tem no Brasil.
Embora outros países também possuam sistemas de pagamentos instantâneos, como o UPI, da Índia,, o modelo brasileiro desperta mais atenção internacional, é monitorado pelos Estados Unidos desde 2022, e recentemente, na escalada da guerra comercial, entrou na mira do governo Trump, em uma investigação sobre práticas desleais.
“Do ponto de vista do Pix temos outros países que têm, Índia, Singapura, Espanha, mas temos poucos casos de uma adesão tão grande da população. A gente tem praticamente 90% da população já usando o Pix, fizemos mais de 250 milhões de operações num dia só, com mais de 800 milhões de chaves Pix, então isso é bastante importante”, disse Galípolo.
Diferente do UPI, que é gerido por uma corporação formada pelo Banco Central indiano e bancos comerciais, o Pix é inteiramente administrado pelo BC, com acesso aberto a múltiplos participantes e sem risco de conflito de interesses.
Galípolo destacou ainda que o Pix é gratuito para pessoas físicas e que sua evolução vem ampliando a inclusão financeira, permitindo que 60 milhões de brasileiros sem cartão de crédito possam assinar serviços, parcelar compras ou usar o histórico de receitas como garantia de crédito. “Se faltar Pix, para muita gente, é pior do que faltar água ou luz”, disse.
Agenda do Pix
Antes do Pix, as despesas com tecnologia representavam menos de 30% do orçamento do Banco Central. Agora, segundo Galípolo, esse percentual já está próximo de 50% .
O Pix entrou em uma nova fase de expansão com a entrega recente do Pix por Aproximação, que simplifica e aumenta a segurança das transações, e do Pix Automático, que permite programar pagamentos recorrentes e amplia o acesso a serviços para quem não tem cartão de crédito.
Estão em teste o Pix Parcelado, previsto para ter regulamentação em setembro, e o Mecanismo Especial de Devolução 2.0, que facilita o ressarcimento em casos de fraude. Para 2026, está previsto o Pix como Garantia, que permitirá usar o histórico de receitas via Pix como colateral para empréstimos