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PIB dos EUA expande 3,1% e aumenta pressão sobre o Fed após corte de juros

Crescimento do 3º tri supera expectativas de 2,8% e eleva temores de inflação em meio ao relaxamento monetário

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 dez 2024, 11h57

O PIB dos Estados Unidos cresceu 3,1% no terceiro trimestre, superando as expectativas do mercado, que apontavam para uma alta de 2,8%. Esse resultado veio logo após o Federal Reserve (Fed) anunciar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros — uma medida que, por um lado, reduz os custos de crédito e pode impulsionar ainda mais o crescimento econômico, mas, por outro, reacende preocupações sobre os riscos inflacionários no horizonte.

Há poucos meses, muitos economistas previam que o Fed havia apertado demais as rédeas da política monetária, arriscando uma desaceleração severa na economia. No entanto, o crescimento tem desafiado esses prognósticos, alimentado principalmente pelo consumo robusto, exportações em alta e uma resiliência contínua no mercado de trabalho. A taxa de desemprego permanece baixa, e os salários continuam a subir, mantendo o poder de compra dos consumidores. O investimento empresarial, embora moderado em alguns setores, também contribuiu para a expansão.

Entretanto, essa força econômica traz um novo dilema para o Fed. Embora a inflação tenha mostrado sinais de desaceleração, a queda nos preços tem ocorrido agora de forma mais lenta. No terceiro trimestre, o núcleo do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE), métrica preferida pelo banco central para avaliar a inflação, subiu 2,2%, ainda acima da meta de 2%. Com o mercado de trabalho aquecido, o risco é que os custos salariais mantenham a pressão sobre os preços.

O Fed adotou um tom cauteloso no comunicado de ontem. Apesar da recente redução na taxa de juros, o banco central indicou que seguirá atento a novos dados econômicos, com a possibilidade de novos ajustes na política monetária. A preocupação é evitar um ciclo em que o crescimento alimente a inflação, forçando uma nova rodada de altas nos juros, o que poderia, eventualmente, esfriar a economia mais abruptamente.

O Fed está buscando um equilíbrio difícil: manter o crescimento econômico sem permitir que a inflação volte a disparar. O desafio para o próximo ano será gerir as expectativas do mercado e dos consumidores, garantindo que as medidas adotadas não sejam vistas como uma “luz verde” para o aumento desenfreado dos preços.

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Com o horizonte econômico ainda incerto, os investidores e empresas observam de perto os próximos passos do Fed. Qualquer sinal de endurecimento na política monetária pode ter repercussões imediatas nos mercados financeiros globais. Por ora, a expansão americana continua a afastar o fantasma da recessão, mas as pressões inflacionárias persistem como o maior desafio à frente.

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