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Petrobras tem maior lucro trimestral desde 2011

Resultado da empresa nos primeiros seis meses de 2018 representa alta de 257% em relação ao mesmo período do ano passado

Por Da Redação Atualizado em 3 ago 2018, 20h14 - Publicado em 3 ago 2018, 08h59

A Petrobras registrou lucro de 17,033 bilhões de reais no 1º semestre, uma alta de 257% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira (3). No segundo trimestre, houve lucro líquido de 10 bilhões de reais, ante 6,961 milhões de reais registrados no período imediatamente anterior. Este foi o melhor resultado trimestral da companhia desde 2011.

Segundo a empresa, o crescimento refletiu a melhora do mercado de diesel e gasolina, devido principalmente à redução de importação por terceiros.

“Este resultado foi possível devido às maiores margens de exportação de óleo, principalmente por causa do aumento no Brent, e de venda de derivados no Brasil, que compensaram a queda no volume de vendas de derivados (principalmente gasolina e nafta) e na exportação de petróleo”, informou a empresa.

O balanço da petroleira também apontou redução de 70% nas despesas financeiras líquidas entre os trimestres, que passaram de 8,8 bilhões de reais nos três primeiros meses do ano para 2,6 bilhões de abril a junho. Com isso, o lucro antes da incidência de impostos dobrou para 14,3 bilhões de reais.

O Ebitda (que representa o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no critério ajustado somou 30,067 bilhões de reais, um aumento de 17% sobre o primeiro trimestre, “devido às maiores margens de vendas”, como destaca o relatório. Em relação ao segundo trimestre do ano passado o aumento foi de 57,4%. A margem Ebitda ajustada foi de 36%, acima dos 35% três meses antes e dos 29% um ano atrás.

A receita de vendas foi de 84,395 bilhões de reais, alta de 25,9% ante o segundo trimestre de 2017 e de 13% na comparação com o primeiro trimestre deste ano. A receita ficou dentro da média de 82,196 bilhões de reais esperada pelos analistas.

Gestão Parente

Especialistas do mercado apontam que a gestão de Pedro Parente – que deixou a presidência da estatal após a greve dos caminhoneiros – foi crucial para a empresa aumentar seu lucro, reduzir parte de sua dívida e focar em rentabilidade.

“Ele [Parente] resolveu a saúde financeira da empresa, vendendo dívidas, valorizando o petróleo no mercado externo e atraindo investidores”, diz Fernanda Delgado, pesquisadora da FGV (Fundação Getulio Vargas) Energia, no Rio de Janeiro.

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De acordo com a especialista, a Petrobras deve continuar em ritmo de crescimento nos próximos trimestres, principalmente pela perspectiva de aumento da produção.  No entanto, isso não significa que as ações da estatal deixem de ser arriscadas.

“Como a Petrobras é de capital de misto, a insegurança política é muito maior, principalmente este ano com a eleição de um novo presidente”, acrescenta.

A economista Juliana Inhasz, do Insper, destaca também que a melhor perspectiva do mercado futuro, que elevou o preço dos derivativos do petróleo, teve forte contribuição para os resultados da estatal no segundo trimestre.

“Os preços subiram bastante e foram repassados. Vale destacar que também houve uma redução de endividamento que possibilitou melhores perspectivas para empresa”, afirma a professora.

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Sobre o futuro da estatal, Juliana é tão otimista quanto Fernanda: “O desempenho da empresa está tacitamente ligado a uma boa gestão.”

Vendas

A Petrobras vendeu um total de 1,876 milhão de barris por dia de derivados no segundo trimestre deste ano, ante 1,933 milhão de barris no mesmo intervalo de 2017 e 1,768 milhão no primeiro trimestre de 2018.

As vendas totais no mercado externo, englobando exportação de petróleo, derivados e outros, por sua vez, somou 806 mil barris por dia, ante 896 mil barris por dia na relação anual e 957 mil de barris por dia no primeiro trimestre deste ano. Desta forma, houve uma queda de 16% nas vendas para o mercado externo, na comparação trimestral.

Produção

A Petrobras produziu um total de 2,659 milhões de barris por dia de petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural no Brasil e no exterior no segundo trimestre deste ano, o que representa recuo de cerca de 4,21% em relação a igual intervalo do ano anterior. Na comparação aos três meses imediatamente anteriores, esse número teve ligeira queda de 1%.

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A produção de petróleo e LGN totalizou 2,122 milhões de barris por dia, uma queda de 4,63% ante igual intervalo de 2017 e de 1% em relação ao primeiro trimestre. A produção de gás natural, por sua vez, chegou a 537 mil barris por dia, com leve diminuição de 2,54% na relação anual e avanço de 1% em relação aos primeiros três meses de 2018.

(Com Estadão Conteúdo)

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