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Perdendo força? Taxa de desemprego recorde traz sinais de alerta

Média de desligamento foi maior que o habitual e apenas três setores registraram crescimento no número de vagas no trimestre encerrado em dezembro

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jan 2025, 14h56 - Publicado em 31 jan 2025, 12h46

A taxa de desemprego subiu para 6,2% no trimestre encerrado em dezembro de 2024, enquanto o índice anual recuou de 7,8% para 6,6%. O número de pessoas ocupadas atingiu um recorde histórico no país, abrangendo tanto trabalhadores com e sem carteira assinada quanto profissionais autônomos. Apesar do mercado aquecido, o resultado superou a expectativa do mercado, que projetava uma taxa de 6,1%, sugerindo que se esperava um cenário de emprego mais forte. Alguns especialistas começam a enxergar um sinal de desaceleração, mas ainda não suficiente para reduzir a inflação, que continua pressionada pelo alto rendimento e consumo.

+ Taxa média de desemprego fica em 6,6% em 2024, menor patamar da série histórica

O Brasil reduziu em 1,1 milhão o contingente de desempregados em 2024, totalizando 7,4 milhões de pessoas sem trabalho, o menor nível desde 2014, segundo dados da Pnad Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora o mercado de trabalho permaneça aquecido, Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, observa sinais de desaceleração. Apenas três setores —transporte, alojamento e construção civil, além de tecnologia da informação e finanças —registraram crescimento no número de vagas em dezembro, enquanto os demais setores reduziram suas contratações. Ele observa que a redução no emprego informal é um dos fatores responsáveis pela queda na taxa de desemprego, em vez de um aumento significativo no emprego formal. O emprego informal recuou para 43,4 milhões, uma queda de 1,9%.

O economista da Suno Research, Rafael Perez, explica que o aumento da taxa de desemprego no último mês do ano era esperado, devido à sazonalidade natural do mercado de trabalho. “Diversos contratos temporários se encerram no final de ano, o que provoca uma elevação das demissões”, afirma. No entanto, Perez aponta que os dados de desligamentos foram maiores do que o esperado. “Enquanto a média histórica para o mês de dezembro gira em torno de 400 a 450 mil demissões, o número registrado foi de quase 535 mil — um sinal de que a recuperação do mercado de trabalho ainda não está consolidada”, diz. Adicionalmente, os dados de confiança, como os índices da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que medem a confiança do consumidor e dos empresários, indicam uma tendência de diminuição do otimismo. “A combinação desses dados aponta para uma desaceleração da atividade econômica, gerando incertezas sobre o ritmo de crescimento no início de 2025”, avalia.

Apesar desses sinais de desaceleração, a inflação continua a preocupar pelo aumento da renda. O rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$3.315, representando uma alta de 4,3% em relação ao ano anterior e elevando a massa salarial a um novo recorde. “Isso reforça nossa expectativa de que o Banco Central mantenha o ritmo de alta dos juros, que devem chegar a 15% em junho deste ano”, afirmou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. Na última quarta-feira, o Banco Central elevou a taxa Selic para 13,25% reforçando o seu compromisso em ancorar a inflação à meta. A projeção trazida pelo Boletim Focus, relatório semanal do BC, subiu para 5,5%.

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