Pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caem para 215 mil
Número de pedidos caiu em 9 mil, sinalizando resiliência, mas guerra comercial alimenta cautela entre empresas e risco de desaceleração

Na semana encerrada em 12 de abril, o número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego caiu para 215 mil — uma queda de 9 mil em relação à semana anterior, segundo o Departamento do Trabalho. A média móvel de quatro semanas também recuou ligeiramente, para 220.750.
Apesar da estabilidade nos dados, os economistas estão em alerta. A política comercial do governo Trump — marcada por tarifas e mudanças de rumo repentinas — ainda não se refletiu de forma significativa nas estatísticas de emprego. No entanto, poucos acreditam que isso durará. À medida que as empresas lidam com custos mais altos, cadeias produtivas interrompidas e crescente dificuldade de planejamento, a perspectiva é que a criação de empregos comece a desacelerar.
As tarifas, impostas com a promessa de revitalizar a indústria americana e reduzir déficits comerciais, provocaram uma guerra com a China e também com aliados. Os efeitos mais imediatos se manifestarão nos preços e nos investimentos: empresas com margens comprimidas e adiamento de planos de expansão. Por ora, a contratação de funcionários não foi diretamente afetada. Mas o temor é que este seja apenas um efeito retardado.
A economia americana ainda caminha sobre o fio da confiança empresarial, que por ora resiste, mas está longe de ser inabalável. Se a incerteza tarifária continuar a tolher decisões de investimento e de contratação, poderá finalmente começar a vacilar. E com ele, o próprio fôlego da expansão americana.