Para votar Previdência, Câmara propõe baixar idade mínima de policiais
Demanda foi um pedido do presidente Jair Bolsonaro, que, na véspera, foi chamado de 'traidor' pela categoria; expectativa é que novo relatório seja lido
As regras para aposentadoria de policiais federais e rodoviários devem ficar mais brandas na comissão especial da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. A idade mínima será de 52 anos para as mulheres e 53 anos para os homens, desde que cumpram um pedágio de 100% do tempo que falta para se aposentarem, segundo líderes partidários.
No relatório anterior, a idade mínima estava fixada em 55 anos de idade para ambos os sexos, com tempo mínimo de contribuição de 25 anos (mulheres) e 30 anos (homens). O acordo foi fechado entre líderes partidários no inicio da noite desta quarta-feira, 3, na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A reunião da comissão especial, marcada originalmente para às 13h, e adiada para às 18h30, ainda não havia começado até a publicação desta matéria. Na sessão, o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) deve ler a nova versão do texto.
A demanda foi endossada pelo presidente Jair Bolsonaro. Após ter sido chamado de “traidor” por um grupo de policiais civis e federais, em razão de um impasse sobre a aposentadoria da categoria na discussão da reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro indicou nesta quarta-feira, 3, na chegada a evento em São Paulo, que pretende atuar para solucionar a questão. Enquanto se dirigia ao local do evento, o presidente apontou para um grupo de policiais militares a trabalho e disse: “Vou resolver o caso de vocês, viu?”.
O deputado federal José Nelton (GO), líder do Podemos, afirmou que as mudanças incorporadas ao relatório em relação aos policiais foram para atender a um pedido do presidente da República. “O importante é que a base para a reforma da Previdência está acordada”, completou o deputado após sair da residência oficial do presidente da Câmara. Segundo o parlamentar, será feito um esforço dos líderes para votar o relatório da Previdência ainda hoje na comissão especial da Casa. “O que não der para votar hoje, votamos amanhã”, disse Nelton a jornalistas.
Mais cedo, o presidente da comissão especial, deputado Marcelo Ramos (PL-AM) afirmou que na reunião de hoje devem ser votados requerimentos de adiamento da votação para que, na quinta-feira, comece a votação do texto.
(Com Estadão Conteúdo)