Pacote de medidas econômicas e tratamentos à Covid-19 animam investidores
Ibovespa opera em alta na expectativa dos anúncios do Pró Brasil prometidos para terça-feira; seguindo tendência global, dólar cai
Desde a semana passada, a bolsa brasileira vem em ciclo de alta após sinalizações do presidente Jair Bolsonaro de ele e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão alinhados e comprometidos com o ajuste fiscal do país. No início da tarde dessa segunda-feira, 24, essa tendência permanece e o Ibovespa opera em alta e em clima de espera. Por volta das 13h10, o índice subia 0,25%, a 101.778 pontos. Mais otimista, o Ibovespa futuro, para outubro, operava em alta de 0,54%, a 102.002 pontos. No radar dos investidores brasileiros, está a expectativa para uma série de anúncios programados para a terça-feira, chamado pelo mercado de “Big Bang Day” do governo. Trata-se de uma série de medidas para incentivar a economia, como novos marcos legais e iniciativas para aumentar a criação de emprego, entre elas a desoneração da folha de pagamentos de funcionários com até um salário mínimo, além de corte de gastos. Há expectativa, também, de anúncio de privatizações. Entretanto, também é esperado o anúncio do programa Pró-Brasil, com investimento em infraestrutura e o Renda Brasil, que deve suceder o auxilio emergencial. No mercado brasileiro, assim como nas bolsas mundo afora, também repercute um estudo sobre o tratamento para o coronavírus com plasma de indivíduos infectados.
Entre os ativos com valorização nesta segunda estão bancos como Bradesco, Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander. “O setor bancário é um termômetro de confiança do consumidor. Ele tem muita participação no Ibovespa e se favorece quando o investidor quer comprar risco”, diz Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos. Papéis da Vale, da Braskem e da Petrobras também estão em alta. “Uma das maneiras do investidor se proteger da inflação é por meio de commodities. A inflação decorre em aumento de demanda, e as pessoas estão mais dispostas a consumir alimentos”, diz ele.
Ligado a esse cenário de inflação americana está a desvalorização do dólar no mercado global e o fortalecimento da moeda europeia. Desde março, quando o Federal Reserve, o Banco Central dos EUA começou a injetar dólar na economia, a moeda americana vem se desvalorizando e na manhã de hoje estava em queda de 0,14% em relação ao euro, a 0,8465 euros. Em relação ao real, o dólar também se desvaloriza no início da tarde de hoje, de -0,45%, a 5,5932 reais.
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Nos Estados Unidos, as bolsas americanas estão animadas com os anúncios do presidente Donald Trump no final de semana sobre os esforços para chegar a uma vacina e o avanço sobre o tratamento para a Covid-19 por meio do plasma de indivíduos infectados, capaz de reduzir a mortalidade em 35%. Além disso, anúncios sobre um arrefecimento às sanções contra aplicativos chineses aumentaram o apetite ao risco. Os índices futuros americanos estavam em alta no final da manhã de hoje: o Dow Jones de 1,04%, a 28.149 pontos, o S&P 500 de 0,73%, a 3.417,25 pontos, e a Nasdaq de 0,36%, a 11.603,25 pontos.
As bolsas asiáticas à vista também fecharam em alta. O índice Nikkei 225, que reúne as 225 ações das maiores empresas da bolsa do Japão, fechou em alta de 0,28%, a 22.985,51 pontos, enquanto o Hang Seng, da China, fechou em alta de 1,74%, a 25.551,58 pontos.