Barroso, Gilmar e Michel Temer participam do Brazil Economic Forum Zurich 2025
Evento em Zurique, na Suíça, reúne líderes, autoridades e investidores para falar de desenvolvimento, democracia e justiça em um mundo em transformação
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Atualizado em 23 jan 2025, 05h39 - Publicado em 22 jan 2025, 22h57
O presidente e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, e o ministro Gilmar Mendes, também do STF, participam nesta quinta-feira, 23, do Brazil Economic Forum Zurich 2025.
Promovido pela Editora Abril, por meio de VEJA, e pelo Lide – Grupo de Líderes Empresariais, o evento reúne líderes, autoridades públicas, investidores e empresários durante um dia todo para tratar de questões político-institucionais, econômicas e do ambiente de negócios brasileiro diante das mudanças em âmbito global.
Fábio Carvalho, chairman do Grupo Abril, destacou a mudança geopolítica com a chegada de Donald Trump ao poder e a importância do Brasil se posicionar de forma efetiva neste momento relevante da geopolítica global. “O que estamos vendo é que a queda do multilateralismo começa a estabelecer cada país com suas forças com base em suas potencialidades”, afirmou. Segundo Carvalho, está na hora do país endereçar definitivamente discussões como problema fiscal e segurança pública para poder se reafirmar como potência da segurança alimentar e energia limpa.
O evento tem transmissão pelo VEJA+, a plataforma de streaming gratuita de VEJA, e pelo canal do Youtube.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, reafirmou a importância dos fóruns de investidores para pensar o Brasil e soluções para o avanço institucional e econômico do país. “Há um esforço no judiciário para garantir maior segurança jurídica, que é uma reclamação da maioria dos investidores, e isso nos preocupa”, disse. O ministro destacou que há reformas institucionais a serem discutidas e citou o semipresidencialismo como uma discussão a ser endereçada, citando as emendas parlamentares a execução sem critério por parte do legislativo.
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, afirmou em participação por vídeo que a reunião de empresários, parlamentares e judiciário é fundamental para proteger a democracia. “É preciso fazer o enfrentamento devido desse retrocesso democrático”, afirmou.
O presidente do STF, Luiz Roberto Barroso, reafirmou a importância da imprensa para balizar padrões da democracia. “Uma das coisas que acho que nós precisamos no mundo contemporâneo e a imprensa é decisiva, é fazer com quem mentir volte a ser errado de novo”, disse, ao falar da polarização vista e estimulada nas redes sociais.
O evento
A participação do presidente e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, terá um painel dedicado à visão jurídica e institucional do Brasil e seus reflexos no cotidiano do país.
Na sequência da apresentação do ministro Barroso, o ministro Gilmar Mendes, o ex-presidente Michel Temer participam do último painel do dia, sobre “Liberdade e Democracia: pilares de uma nação”. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e o cientista político e professor do Insper, Fernando Schüler, são os convidados desta conversa, que encerra os debates do Brazil Economic Forum Zurich 2025.
Governadores, executivos e investidores também estão confirmados
A programação do fórum traz também os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, que vão falar sobre “O papel estratégico do Brasil na transição energética”. O painel também contará com a participação de Patricia Iglecias, professora de gestão ambiental da USP e ex-secretária do meio ambiente do estado de São Paulo, de Celso Fiori, diretor de soluções climáticas naturais e bioenergia da Mercuria no Brasil e do CEO d W-Energy, Wagner Carvalho, como palestrantes convidados.
Os governadores do Pará, Helder Barbalho, e do Tocantins, Wanderlei Barbosa, e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) estão confirmados no painel sobre sustentabilidade. “ESG, meio ambiente e economia circular” é o tema da conversa, que terá como palestrantes convidados a ex-ministra do Meio Ambiente (2010-2016) e copresidente do International Resource Panel da ONU, Izabella Teixeira, e o vice-presidente de assuntos corporativos da Vale, Alexandre D’Ambrosio.
O evento terá um painel dedicado à participação do mercado financeiro no desenvolvimento. A influência do mercado financeiro no estímulo ao avanço econômico será debatida por Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda (2016-2018), ex-presidente do Banco Central e atual co-chairman do Lide em um painel com Daniel Vorcaro, presidente do banco Master, Paulo Henrique Costa, presidente do banco BRB, e Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
Mundo em transformação
O Brazil Economic Forum lança luzes às oportunidades e aos desafios que o Brasil enfrenta no contexto global. Todos os painéis serão mediados por jornalistas de VEJA e tem o objetivo de ampliar o debate sobre desenvolvimento, transição energética, democracia, estabilidade jurídica e institucional e justiça.
A segunda edição do evento se dá num momento de grandes transformações em curso. A principal delas diz respeito às decisões que serão postas em prática por Donald Trump, novo presidente da nação mais poderosa do mundo, que prometeu maior protecionismo econômico com tarifas de 10% para produtos chineses a partir de fevereiro e disse que também planeja impor barreiras tarifárias aos produtos europeus.
Num gesto já aguardado, Trump ainda anunciou a retirada dos Estados Unidos de acordos climáticos internacionais e prometeu acelerar a liberação de perfuração de novos poços de petróleo para baratear custos da energia nos EUA, que é o maior produtor de petróleo do mundo.
De outro lado, a China busca a retomada de sua economia com estímulos à produção, subsídios ao consumo e afrouxamento da política monetária, bem como reações a eventuais medidas de Trump.
Já o Brasil tem uma perspectiva incerta para 2025, com novos aumentos da taxa básica de juros já programados e o mercado financeiro projetando inflação acima da meta e queda do crescimento do PIB. Num ano pré-eleitoral, governos central e regionais podem aumentar gastos públicos para sustentar pretensões em 2026. Com sede em Belém no fim do ano (novembro), a COP-30 será uma grande oportunidade para o Brasil se projetar como um protagonista nas discussões globais sobre mudanças climáticas e seu enfrentamento. Agronegócio e energia são dois campos em que o país tem capacidades e potencial a ser valorizados.
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