Os sinais de resiliência do setor automotivo pré-plano de barateamento
Mesmo antes do plano de barateamento de carros, indústria automotiva dá sinais de recuperação
Mesmo antes do plano de barateamento de carros ser posto em prática, a indústria automotiva já deu sinais de resiliência. A produção de veículos subiu 10,7% no mês passado frente a maio de 2022. No total, 227,9 mil veículos foram montados no País na soma dos carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com abril, o mês de maio mostrou crescimento de 27,4% na produção.
Os dados foram anunciados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta terça-feira, 6, em coletiva de imprensa com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que deu mais detalhes sobre as medidas para baratear carros populares.
O programa, já anunciado há duas semanas, passou a ser um pacote, e conta também com medidas para renovar a frota de caminhões e ônibus. “Estamos muito otimistas com a respostas dos consumidores”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. A expectativa é que a medida incentive a venda de 300 mil novos veículos.
O projeto oficializado na segunda-feira prevê um desconto de 2 mil reais até 8 mil reais no preço final de carros populares. O desconto vai de 1,6% até 11,6% para veículos de até 120 mil reais, percentual ligeiramente maior do que o anunciado por Alckmin em maio, que era de 10,79%. Para bancar a medida, o governo vai adiantar a reoneração dos impostos federais sobre o diesel. Voltarão a ser cobrados 0,11 centavos nos próximos 90 dias e os outros 0,22 centavos a partir de janeiro.
Para conceder esse desconto na nota fiscal dos carros, haverá um impacto de 1,5 bilhão de reais nos cofres públicos. São 500 milhões de reais para os carros e mais 1 bilhão de reais para as frotas (700 milhões de reais para caminhões e 300 milhões de reais para ônibus). “Foi feito um programa inteligente, onde é dado um crédito tributário de 33,6 mil reais para caminhões de carga semileve; 38 mil reais para ônibus pequenos; 80,3 mil reais para caminhões de carga pesada; e 99,4 mil reais para ônibus de passageiros grandes”, revelou Alckmin. “A exigência para receber esse desconto é apresentar um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos”, disse.
Veículos mais antigos emitem, em média, 23% mais poluentes do que um veículo mais novo. “Estávamos com uma frota muito envelhecida. Não há nada melhor para o meio ambiente do que eficiência energética”, completou Alckmin.
Apesar do bom resultado registrado em maio — e o otimismo com o projeto anunciado –, três montadores planejavam interromper a produção nos próximos dias. Uma delas é a Volkswagen, em Taubaté (São Paulo). Pelo menos 16 fábricas já paralisaram operação neste ano.