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Os sinais de resiliência do setor automotivo pré-plano de barateamento

Mesmo antes do plano de barateamento de carros, indústria automotiva dá sinais de recuperação

Por Pedro Gil Atualizado em 6 jun 2023, 15h13 - Publicado em 6 jun 2023, 11h17

Mesmo antes do plano de barateamento de carros ser posto em prática, a indústria automotiva já deu sinais de resiliência. A produção de veículos subiu 10,7% no mês passado frente a maio de 2022. No total, 227,9 mil veículos foram montados no País na soma dos carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus. Na comparação com abril, o mês de maio mostrou crescimento de 27,4% na produção.

Os dados foram anunciados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta terça-feira, 6, em coletiva de imprensa com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que deu mais detalhes sobre as medidas para baratear carros populares.

O programa, já anunciado há duas semanas, passou a ser um pacote, e conta também com medidas para renovar a frota de caminhões e ônibus. “Estamos muito otimistas com a respostas dos consumidores”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. A expectativa é que a medida incentive a venda de 300 mil novos veículos.

O projeto oficializado na segunda-feira prevê um desconto de 2 mil reais até 8 mil reais no preço final de carros populares. O desconto vai de 1,6% até 11,6% para veículos de até 120 mil reais, percentual ligeiramente maior do que o anunciado por Alckmin em maio, que era de 10,79%. Para bancar a medida, o governo vai adiantar a reoneração dos impostos federais sobre o diesel. Voltarão a ser cobrados 0,11 centavos nos próximos 90 dias e os outros 0,22 centavos a partir de janeiro.

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Para conceder esse desconto na nota fiscal dos carros, haverá um impacto de 1,5 bilhão de reais nos cofres públicos. São 500 milhões de reais para os carros e mais 1 bilhão de reais para as frotas (700 milhões de reais para caminhões e 300 milhões de reais para ônibus). “Foi feito um programa inteligente, onde é dado um crédito tributário de 33,6 mil reais para caminhões de carga semileve; 38 mil reais para ônibus pequenos; 80,3 mil reais para caminhões de carga pesada; e 99,4 mil reais para ônibus de passageiros grandes”, revelou Alckmin. “A exigência para receber esse desconto é apresentar um caminhão ou ônibus com mais de 20 anos”, disse.

Veículos mais antigos emitem, em média, 23% mais poluentes do que um veículo mais novo. “Estávamos com uma frota muito envelhecida. Não há nada melhor para o meio ambiente do que eficiência energética”, completou Alckmin.

Apesar do bom resultado registrado em maio — e o otimismo com o projeto anunciado –, três montadores planejavam interromper a produção nos próximos dias. Uma delas é a Volkswagen, em Taubaté (São Paulo). Pelo menos 16 fábricas já paralisaram operação neste ano.  

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