Os elogios da diretora do FMI ao Brasil e sua política monetária
Kristalina Georgieva disse que país é exemplo de políticas ágeis, como a ação do BC em elevar juros; Executiva classificou a tributária como caso de sucesso
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou a importância de os bancos centrais manterem o foco em “concluir o trabalho” de levar a inflação à meta, citando o Brasil como um exemplo a ser seguido tanto na condução inflacionária quanto na realização da reforma tributária. As declarações de Georgieva foram publicadas no site do FMI poucos dias antes da reunião do G20, grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, agendada para ocorrer em São Paulo nesta semana. Georgieva, que virá à capital paulista para a reunião do grupo, classificou como “histórica” a reforma tributária aprovada pelo Congresso brasileiro no fim de 2023.
Georgieva elogiou as ações do Brasil durante a pandemia, especialmente sua prontidão em elevar as taxas de juros para conter a inflação, seguida por ajustes conforme a inflação retornava à meta. “A resposta antecipada e resoluta do Brasil à inflação em alta durante a pandemia é um bom exemplo de como uma formulação de política ágil compensa”, afirmou. Ela enfatizou a importância de uma política ágil, elogiando o Banco Central do Brasil por sua resposta rápida e eficaz. “O Banco Central do Brasil esteve entre os primeiros a elevar suas taxas de juros, então relaxou a política conforme a inflação retornava à meta.”
A diretora-gerente reiterou a necessidade de os bancos centrais manterem o foco na estabilização da inflação, especialmente em benefício das famílias de baixa renda e dos países em desenvolvimento que são mais afetados pelos altos preços. Ela alertou para os riscos persistentes de alta na inflação e instou as autoridades a monitorarem de perto a inflação subjacente, evitando relaxar prematuramente as políticas monetárias.
Além disso, Georgieva elogiou a recente reforma tributária brasileira, classificando-a como um sucesso histórico. “O Brasil tem mostrado liderança nesta área, com sua reforma tributária histórica. Mas muitos países estão para trás, com espaço para ampliar suas bases tributárias, fechar brechas e melhorar a administração tributária”, afirmou Georgieva. Ela incentivou outros países a seguirem o exemplo do Brasil, buscando aumentar a receita, combater ineficiências e promover sistemas tributários mais inclusivos e transparentes. No entanto, Georgieva também ressaltou que muitos países ainda têm trabalho a fazer nessa área, destacando a necessidade de ampliar as bases tributárias, fechar brechas e melhorar a administração tributária e enfatizou a importância de uma arquitetura tributária internacional que leve em consideração os interesses dos países em desenvolvimento, visando promover sistemas tributários mais justos e equitativos globalmente.