O governo dos Estados Unidos e a OpenAI suspeitam que o segredo por trás do rápido crescimento e sucesso do DeepSeek e outras inteligências artificiais da China seja a violação de propriedade intelectual. Na prática, os chineses estariam utilizando o próprio ChatGPT, a mais famosa IA do Ocidente, criada pela OpenAI, para treinar suas inteligências artificiais.

O método para isso é conhecido entre os especialistas em aprendizado de máquina (learning machine) como destilação de conhecimento (knowlegde distillation). Ele consiste em treinar sistemas menores para imitar modelos maiores e mais complexos. O objetivo é aproximar ao máximo os resultados gerados pela IA menor daqueles fornecidos pelo sistema maior. A IA mais complexa é chamada de “professor”, e a inteligência artificial em treinamento é chamada de “aluno”.

Quando o método é utilizado entre IAs desenvolvidas pela mesma empresa, não há nada de ilegal ou antiético. O processo acelera o desenvolvimento de ferramentas para usos específicos, como análises médicas e cálculos complexos, o que ajuda a reduzir os investimentos e custos do projeto.

A rapidez com que o DeepSeek cresceu e o nível de suas respostas impressionaram o Ocidente, mas o que mais preocupou o Vale do Silício e derreteu as ações das big techs foi o baixíssimo custo de desenvolvimento alardeado por seu fundador, Liang Wenfeng – cerca de 6 milhões de dólares. Tais elementos fortaleceram as suspeitas das autoridades americanas e da OpenAI.

Recentemente, David Sacks, assessor da Casa Branca para novas tecnologias e IA, afirmou em entrevista ao canal americano Fox News que “há substancial evidência de que o que o DeepSeek fez foi destilar conhecimento dos modelos da OpenAI”. A desconfiança mobilizou também a Microsoft, uma das maiores investidores na empresa criada por Sam Altman. Segundo a rede inglesa BBC, a gigante fundada por Bill Gates está investigando a questão.

Nesta semana, a OpenAI divulgou uma nota oficial sobre o assunto. Sem citar explicitamente o DeepSeek, o comunicado afirmava que chineses e outras empresas estão “constantemente tentando destilar os modelos das empresas líderes de IA dos Estados Unidos.”

Lançado em 2023, o DeepSeek avançou rapidamente desde que liberou sua última versão em novembro passado. Em janeiro, a IA se tornou a campeã de downloads da Apple Stores, a loja de aplicativos da Apple. O fato causou um terremoto em Wall Street, onde as ações de empresas de tecnologia derreteram nos últimos dias.

• Mais lidas

1

Brasil

Pela primeira vez, trio de arquitetos é eleito o melhor do mundo

2

Tecnologia

Projeto no Senado quer coibir discriminação do algoritmo nas redes sociais

3

Comportamento

Encolheram a família: cresce o número de casais que não têm filhos

4

Política

Temer defende ‘programa único’ dos partidos de centro nas eleições de 2026

5

Brasil

Lewandowski vai pra cima de facções que atuam no setor de combustíveis

• China
• Deepseek
• Estados Unidos
• Inteligencia Artificial
• Tecnologia