Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

ONU: Lula clama por melhores condições de crédito em meio à elevação da Selic

Em seu discurso durante a reunião do G20, Lula destacou as desigualdades que as economias emergentes enfrentam no acesso ao financiamento internacional

Por Luana Zanobia Atualizado em 25 set 2024, 19h23 - Publicado em 25 set 2024, 13h14
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Enquanto o Brasil eleva sua taxa de juros, aumentando a Selic de 10,50% para 10,75% em resposta às pressões inflacionárias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz um apelo global para aliviar as condições financeiras dos países em desenvolvimento. Em seu discurso durante a reunião ministerial do G20, nas Nações Unidas, Lula destacou as desigualdades gritantes que as economias emergentes enfrentam no acesso ao financiamento internacional, em comparação com os países ricos.

    A mensagem de Lula é clara: as altas taxas de juros impostas ao Sul Global são insustentáveis e impedem o crescimento econômico. O presidente não se refere às taxas de juros domésticas, mas ao custo do financiamento externo, onde as nações em desenvolvimento enfrentam encargos muito maiores do que suas contrapartes desenvolvidas. Esses custos incluem os juros sobre empréstimos de instituições como o FMI e o Banco Mundial, bem como as condições aplicadas ao emitir títulos no mercado internacional.

    Esse elevado custo se deve ao chamado prêmio de risco, que reflete a percepção dos credores internacionais sobre a maior probabilidade de inadimplência e instabilidade econômica em países emergentes. O risco percebido é influenciado por fatores como a instabilidade política, a volatilidade cambial e a dependência de commodities, que tornam os mercados desses países mais voláteis. Isso faz com que, por exemplo, o Brasil pague taxas de cerca de 6,5% ao ano por seus títulos soberanos denominados em dólares, enquanto nações como Estados Unidos ou Alemanha pagam taxas próximas a 2%.

    Embora o financiamento externo e as taxas de juros domésticas sejam determinados por diferentes forças, há uma relação entre elas. A Selic, a taxa de referência do Brasil, é um importante termômetro da saúde econômica do país. Quando o Banco Central eleva a Selic, como fez recentemente, pode tornar os investimentos no Brasil mais atrativos, atraindo capital estrangeiro. No entanto, essa elevação também sinaliza aos investidores que o país está combatendo pressões inflacionárias e, possivelmente, instabilidade econômica. Isso pode aumentar o prêmio de risco, elevando o custo de financiamento externo.

    Se o mercado identifica que o Brasil enfrenta desafios econômicos graves, o país pode ver seus custos de captação de recursos no exterior aumentarem ainda mais, agravando o ciclo de endividamento. “As taxas de juros impostas a países do Sul Global são muito mais altas do que as aplicadas às nações desenvolvidas”, destacou Lula, refletindo a frustração de muitas economias emergentes que lutam para financiar infraestrutura, saúde e políticas sustentáveis sem cair em uma armadilha de endividamento.

    Continua após a publicidade

    O endividamento, como enfatizou o presidente brasileiro, já estrangula a capacidade de investimento em áreas críticas. Em 2022, a diferença entre o que o Sul Global pagou a credores externos e o que recebeu em termos de novos investimentos foi de US$ 49 bilhões, ilustrando um sistema financeiro global que parece estar drenando recursos das nações que mais necessitam deles. “Há mais dinheiro saindo do que dinheiro entrando”, reiterou Lula, clamando por uma reforma urgente na arquitetura financeira internacional.

    Lula, ao convocar reformas nas instituições multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, propôs que as juntas executivas dessas entidades aumentassem sua representatividade. Hoje, 25 assentos decidem o futuro econômico de mais de 190 países, uma configuração que, segundo Lula, favorece os interesses dos credores ricos em detrimento das necessidades urgentes das economias mais vulneráveis. 

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.