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O risco para o Pix com investigação americana sobre ‘práticas desleais’ do Brasil

Investigação encomendada por Trump coloca o Pix e outras práticas no rol de justificativas para sanção ao Brasil

Por Felipe Erlich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jul 2025, 11h16 - Publicado em 16 jul 2025, 10h52

O Pix entrou na mira do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio ao embate comercial entre o país norte-americano e o Brasil. O meio de pagamento gratuito e instantâneo criado pelo Banco Central (BC) foi citado pelo Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) como uma espécie de prática desleal: “O Brasil também parece estar engajado em diversas práticas injustas em relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando, a vantagens do seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, diz um documento do USTR. O Pix não é citado nominalmente, mas fica claro que a tecnologia incomoda a Casa Branca. A investigação do USTR encomendada por Trump se baseia na seção 301 do Ato Comercial de 1974 — uma ferramenta utilizada pelo republicano em diversas ocasiões para pressionar países a alterar suas práticas internas e acirrar embates comerciais. Nesse sentido, o Pix se torna um dos diferentes pontos de pressão entre EUA e Brasil.

Donald Trump utilizou a seção 301 contra uma série de países desde que tomou posse como presidente dos EUA pela primeira vez, em 2017. Um exemplo recente é o último uso da legislação contra a China — principal país inimigo de Trump. O mercado de tecnologia chinês a influência do país asiático sob o setor de transporte marítimo de cargas entraram na mira do USTR, de modo que as investigações ajudaram a Casa Branca a justificar sanções comerciais aos chineses. É esse o tipo de risco que o Brasil corre com a investigação lançada por Trump na última semana. As supostas práticas desleais do Brasil entram no rol de justificativas para que o país sofra com a sobretaxa de 50% sobre suas exportações — anunciada por Trump na última quarta-feira, 9.

Além do Pix, a investigação do USTR contra o Brasil critica tarifas impostas pelo país no âmbito do comércio internacional, carência de práticas anti-corrupção, a presença da pirataria no país, a dificuldade de acesso americano ao mercado de etanol brasileiro e o desmatamento ilegal. Sobre a pirataria presente no Brasil, o USTR inclusive menciona a Rua 25 de Março, que “é um dos maiores mercados de produtos falsificados há décadas, apesar de operações policiais que miram a área”, diz o documento da autoridade americana.

Na carta enviada por Trump ao presidente Lula na última semana, o líder dos EUA diz explicitamente que a imposição de uma sobretaxa de 50% contra o Brasil tem como justificativa uma suposta perseguição judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de planejar um golpe de Estado. O primeiro parágrafo da carta escrita por Trump se refere exclusivamente à essa suposta perseguição contra Bolsonaro. As práticas criticadas pelo USTR, como é o caso do Pix, contudo, passam a integrar o rol de justificativas americanas para punir o Brasil comercialmente. Nesse sentido, os EUA tentam pressionar o Brasil a abandonar o uso do Pix e a rever uma série de políticas internas do país.

Segundo dados divulgados pelo Banco Central no final de 2024, o Pix é o método de pagamento mais utilizado no Brasil. Mais de 76% da população utilizava o método de transação instantâneo quatro anos após o seu lançamento, superando o cartão de débito (69,1%) e o dinheiro físico (68,9%). Já o cartão de crédito é utilizado por cerca de 51% da população. O BC também deu destaque aos lançamentos do Pix Automático e do Pix Parcelado, que tornam o meio de pagamento ainda mais versátil e atrativo para os consumidores. Nesse sentido, o Pix tem tirado cada vez mais mercado das duas empresas americanas que dominam o mercado global de cartões, Visa e Mastercard.

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