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O que o River Plate ensina aos clubes brasileiros sobre sócios-torcedores

Perfil dos torcedores entre os países vizinhos ainda traz diferenças no modelo de associação

Por Pedro Gil 9 ago 2023, 15h28

Na última semana, por meio de suas redes sociais, o River Plate anunciou ter atingido a marca de 336 mil sócios-torcedores. Apesar de não existirem dados concretos, os números do clube argentino estão entre os maiores do mundo – a última parcial que se tem notícia é que o Bayern de Munique, da Alemanha, possuía 323 mil sócios ativos. Outro time argentino com marca expressiva é o Boca Juniors. A última atualização constava 315,8 mil associados.

No Brasil, alguns clubes se destacam com seus programas de sócios. O mais recente deles é o Palmeiras, que tomou a dianteira e chegou aos 153 mil inscritos, tornando-se o primeiro do país. Na sequência, com mais de 100 mil sócios, aparecem Atlético-MG, com 118 mil, Corinthians, com 116 mil, Internacional e Grêmio, com 113 mil, e Flamengo, com 100 mil.

Por aqui, um dos cases de maior sucesso e precursor em ações envolvendo sócios veio do Internacional. Neste ano, após o período de pandemia, o clube criou ações diversificadas por meio de sua plataforma digital ‘Mundo Colorado’, proporcionando experiências exclusivas aos associados, que o colocaram com os melhores números dos últimos três anos. “Não basta só pedir associação sem oferecer algo em troca”, explica o vice-presidente de administração, Victor Grumberg.

Depois de River Plate e Boca, os times argentinos com mais sócios não chegam aos 100 mil inscritos, casos de Independiente (95.173), Racing (83.717), San Lorenzo (80.410) e Newell’s Old Boys (70.257). “O resultado de campo sempre vai ser o ponto mais relevante para alavancar e manter programas de sócios com bons resultados. E quanto mais sólido for o projeto esportivo, mais confiança do cliente em manter o vínculo ativo”, analisa Armênio Neto, especialista em negócios do esporte e sócio-fundador da Let’s Goal.

Para especialistas em programas de sócios-torcedores, existem algumas diferenças muito particulares entre o público brasileiro e argentino. “O torcedor argentino, de forma geral, é mais engajado que o torcedor brasileiro, principalmente quando comparamos a relação deles com a sua seleção. Em se tratando de clubes, acho que a relação de fanatismo é proporcional, porém, mesmo com um alto volume de associados nos casos do River Plate e Boca Juniors, esses números não necessariamente traduzem o real montante de torcedores pagantes”,explica Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa que atua no atendimento aos sócios-torcedores de clubes como Cruzeiro e Bahia. “Já em relação ao ticket médio dos programas de sócios, os clubes brasileiros estão mais bem estruturados, e em alguns casos a estrutura de comunicação e relacionamento também é bem superior aos times argentinos”, completa.

Outro que se destaca neste ano é o Grêmio, que também chegou aos 113 mil sócios. Desde meados de 2022, o tricolor gaúcho saltou de pouco mais de 60 mil para os 113 mil atuais. Foram praticamente 15 mil novos sócios entre julho e dezembro do ano passado, e mais 38 mil neste primeiro semestre. “É uma parceria que tem atuado muito intensamente em conjunto com o Grêmio, com ideias e projetos que envolvem ativações, comunicação, engajamento, campanhas sociais”, explica Bruno Brum, CMO da Agência End to End, empresa que é parceira do Grêmio desde julho de 2022.

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