O pacote de US$ 1 trilhão para infraestrutura de Trump
Governo americano deve lançar mão de uma medida keynesiana que, no passado, venceu a Grande Depressão de 1929 no país
O governo dos Estados Unidos, mestre em sair de profundas crises econômicas com poucas cicatrizes, enquanto outras economias globais frágeis seguem sem previsão de recuperação, prepara um pacote de estímulo de 1 trilhão de dólares para a economia. A proposta está sendo elaborada pelo Departamento de Transportes e, de acordo com pessoas envolvidas no plano, a ideia é destinar a maior parte desses recursos em obras de infraestrutura, como estradas e pontes, e, em segundo plano, na infraestrutura 5G e na banda larga rural. Na quinta-feira 18, o presidente americano Donald Trump, debaterá em um evento na Casa Branca o acesso à Banda Larga em Zonas Rurais.
A medida se somaria aos esforços feitos por governo e membros republicanos e democratas do Congresso para revitalizar a economia americana. A intenção do governo Trump seria aproveitar uma lei de financiamento de infraestrutura, que precisa ser renovada até o dia 30 de setembro, através da qual poderia aprovar a injeção monetária. Os democratas na Câmara, no entanto, já elaboraram um outro plano para o financiamento da infraestrutura, em uma proposta de 500 bilhões de dólares em cinco anos.
Essa tentativa do governo de revigorar a economia por meio de financiamento de projetos de infraestrutura já se mostrou eficiente em diversos momentos de crise nos EUA, como na grande depressão de 1929. Não é à toa que os operários são símbolo da prosperidade americana, como os da clássica foto dos trabalhadores almoçando em uma viga de aço de um edifício do Rockefeller Center, tirada em 1932. Investimento em infraestrutura gera emprego, aumenta a renda da população e, consequentemente, impacta positivamente no consumo, girando a roda da economia.
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Clique e AssineEsse conceito foi criado por um teórico que de certa forma rompeu com os princípios liberalistas da época, o economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946). Por meio de intervenção do Estado, ele defendia medidas que chamou de “políticas fiscais anticíclicas”, justamente porque quebram o ciclo de desemprego e de diminuição dos salários. Kaynes considerava essa medida uma importante injeção na economia, mesmo que aumente o endividamento fiscal do governo. O mercado e a população aguardam ansiosos por essas medidas de estímulo, mas vale lembrar que elas têm um limite. Aumentar demais o financiamento e o déficit fiscal do governo pode gerar consequências ruins como inflação, o que comprometeria a previsibilidade do andamento da economia norte-americana.