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Nos últimos dias de Trump, Bolsa de NY desiste de remover ações chinesas

NYSE havia anunciado que retiraria três empresas de telecom para cumprir uma ordem executiva do governo americano

Por Larissa Quintino Atualizado em 5 jan 2021, 20h04 - Publicado em 5 jan 2021, 09h50

A NYSE, bolsa de valores de Nova York, decidiu que não irá retirar da listagem as estatais chinesas de telecomunicações. A reviravolta, sem maiores explicações, ocorre quatro dias após a NYSE anunciar que retiraria as ações para cumprir uma ordem executiva do governo americano assinada por Donald Trump. A bolsa citou “consulta às autoridades regulatórias relevantes” para a reversão, em um breve comunicado na noite de segunda-feira, 4. 

A reviravolta acontece poucos dias antes de Joe Biden assumir o poder e passar a dar o tom da relação comercial com os chineses. Embora o presidente da China, Xi Jinping, tenha dito em uma mensagem de parabéns a Biden que espera “administrar as diferenças” e se concentrar na cooperação, a tensão entre os países ainda paira. 

Na virada de ano, a NYSE anunciou que encerraria as negociações das ações da China MobileChina Telecom China Unicom, controladas pelo governo chinês. O movimento de retirada das empresas da listagem seria necessário para cumprir uma ordem executiva que o presidente Donald Trump assinou no final do ano passado, proibindo americanos de investirem em empresas que sejam de propriedade ou sob influência dos militares chineses.

A proposta inicial de fechamento de capital da NYSE, anunciada na véspera de ano novo, marcou a primeira vez que uma bolsa americana divulgou planos para remover empresas chinesas como resultado direto da crescente tensão entre as potências, acelerada durante o governo Trump. 

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O republicano, que está de saída do governo, travou uma verdadeira batalha comercial com a China alegando práticas desleais do país asiático. Durante o seu mandato, Trump impôs tarifas sobre as importações da China e realizou uma campanha agressiva contra empresas de tecnologia chinesas, medidas que muitas vezes provocaram críticas vindas de Pequim.

Nesta terça-feira, 5, após a decisão da NYSE de não parar as negociações dos papéis chineses, o Ministério das Relações Exteriores da China reiterou suas ressalvas ao governo americano, que tem “reprimido desenfreadamente as empresas estrangeiras listadas no país”. “Esperamos que os Estados Unidos respeitem o mercado e o Estado de Direito”, disse o porta-voz Hua Chunying em entrevista coletiva.

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