Antecipar feriado não causará impacto na economia, avalia especialista
Para assessor econômico da Fecomercio, projeto que propõe adiantar as datas para segunda-feira tende a realocar renda entre setores
A proposta na Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado que antecipa os feriados nacionais para as segundas-feiras não deve ter influência significativa na economia do país, segundo Guilherme Dietze, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).
O projeto de lei, de autoria do senador Dário Berger (MDB-SC), prevê que os feriados que caírem entre terça-feira e sexta-feira sejam antecipados para a segunda-feira. Com isso, acabariam os feriados prolongados.
O projeto trata como exceções as datas de Carnaval, Sexta-feira Santa, Dia do Trabalho, Corpus Christi, Independência do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, Natal e a Confraternização Universal (1° de janeiro). Assim, na prática a medida só valeria para Proclamação da República, Finados e Tiradentes (que, em 2019, caiu na data da Páscoa).
Para Dietze, a medida, se aprovada, será positiva nos casos de feriados que caiam na quarta-feira – antecipados para a segunda-feira, eles estimulariam mais viagens. Com isso, os setores turístico e de transportes deveriam se beneficiar.
Mas, em outros casos, ele enxerga uma possível mudança com impacto indiferente. Para os feriados prolongados, por exemplo, Dietze acredita que “a renda vai ser deslocada do setor de serviços, transporte hospedagem para a indústria e o comércio”. O que, no final, não geraria ganho econômico significante para o país, apenas um deslocamento desses recursos.
Na opinião do assessor da Fecomercio-SP, esse tipo de discussão sempre volta à tona em momentos de crise, mas não é uma solução adequada. “Com o aquecimento da atividade econômica, esse assunto de feriado não deve ganhar tanta atenção. O ideal seria permanecer como está e não tomar essa decisão em um momento crítico como agora”, completa ele.