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Reforma: MPT investiga demissões na Estácio e Rede D’Or

A Procuradoria alerta para o risco de fraude trabalhista, como substituição de contrato por modelos inferiores

Por Da redação
Atualizado em 6 dez 2017, 19h21 - Publicado em 6 dez 2017, 18h16

O Ministério Público do Trabalho do Rio (MPT-Rio) abriu inquérito para investigar demissões realizadas após a entrada em vigor da reforma trabalhista. Entre as empresas que lançaram mão da dispensa de funcionários está o Grupo Estácio e a Rede D’Or.

O Grupo Estácio realizou a demissão em massa de professores – dispensas podem totalizar 1.200 pessoas – e informou que criará um cadastro de reserva para recontratar novos funcionários. A Rede D’Or teria demitido médicos e fisioterapeutas.

O coordenador do núcleo de fraudes trabalhistas do MPT-Rio, Rodrigo Carelli, diz que essas demissões mostram que as empresas não sabem o que podem ou não fazer a partir da entrada em vigor da reforma.

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“As empresas não entenderam a reforma, não sabem o que podem ou não fazer. Demitir e contratar com condições inferiores é fraude contratual”, afirma ele.

A reforma criou a modalidade de contrato intermitente, que permite que as empresas contratem funcionários apenas pelo período que necessitar deles. Nessa modalidade, o salário pode ser inferior ao mínimo. Medida provisória editada após a entrada em vigor da reforma cria uma carência de dezoito meses para que um funcionário seja demitido e recontratado pelo regime intermitente.

Para Carelli, a demissão em massa de funcionários acende o alerta de uma possível fraude trabalhista. “É difícil demitir 1.200 funcionários e recontratar outros 1.200. Onde achar outros 1.200 que se encaixem no perfil dos demitidos?”

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Além disso, ele diz que existem outros problemas nas demissões. “Essas dispensas foram feitas de forma unilateral, sem consultar o sindicato. Toda decisão autoritária vai contra nossa Constituição, que é democrática.”

O procurador afirmou que o MPT chamará as empresas para conversar. “Vamos ouvir as partes e a partir daí avaliar medidas cabíveis.”

Outro lado

Procurada, a Rede D’Or informou que a nova legislação permite formas mais flexíveis de contratação, além de atender à demanda de certas áreas profissionais. “A empresa tem buscado atender aos diferentes pleitos, mantendo a qualidade do atendimento e organização dos serviços prestados.”

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O Grupo Estácio informou que “promoveu uma reorganização em sua base de docentes” no fim do segundo semestre letivo. “O processo envolveu o desligamento de profissionais da área de ensino do grupo e o lançamento de um cadastro reserva de docentes para atender possíveis demandas nos próximos semestres.” A Estácio afirma que os novos profissionais serão recontratados pelo regime da CLT.

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