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Oracle entra no páreo com a Microsoft pela compra do TikTok nos EUA

Big Tech fundada por Bill Gates era a favorita para abocanhar as operações do app chinês; o TikTok será banido do país em novembro caso não haja negócio

Por Diego Gimenes
Atualizado em 18 ago 2020, 17h57 - Publicado em 18 ago 2020, 17h37

A Oracle, multinacional americana de tecnologia e segunda maior fabricante de softwares do mundo, é a mais nova interessada em comprar as operações do aplicativo chinês TikTok nos Estados Unidos. A empresa se junta à gigante Microsoft na disputa pelo app, que pode ser banido dos EUA caso as operações no país não sejam vendidas para alguma empresa americana até novembro. A Oracle está trabalhando com um grupo de investidores americanos que já detém participação na ByteDance, empresa chinesa que desenvolveu o TikTok, que inclui a General Atlantic e a Sequoia Capital, informa o britânico Financial Times. Além das operações no território norte-americano, o negócio envolve o controle do aplicativo no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia.

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Estimativas apontam que o valor dos negócios do TikTok nos EUA podem variar entre 20 e 50 bilhões de dólares. Com valor de mercado na casa dos 166 bilhões de dólares, a Oracle possuía aproximadamente 43 bilhões em caixa no fim de maio. No quarto trimestre fiscal da multinacional de tecnologia, a receita caiu 6%, o que representa uma queda de 10,4 bilhões de dólares. A empresa sofre forte concorrência da Amazon, do Google e da própria Microsoft no serviço de computação em nuvem. Às 16h20, as ações da Oracle subiam 1,83% na Bolsa de Nova York.

A venda da operação do TikTok nos EUA movimenta o mercado corporativo após uma decisão do presidente americano, Donald Trump.”Há evidências confiáveis ​​que me levam a acreditar que a ByteDance pode tomar medidas que ameacem prejudicar a segurança nacional dos EUA”, disse, em meio ao acirramento das tensões com a China e suas empresas de tecnologia. Por recomendação do Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, o presidente americano expediu um decreto na última sexta-feira, 14, que prevê justamente o banimento do aplicativo em 90 dias caso nenhuma transação seja acertada até lá. “Como já afirmamos, 100 milhões de americanos adoram o TikTok porque é um local de entretenimento, autoexpressão e conexão social. Estamos decididos a continuar levando alegria às famílias e carreiras significativas aos que criam em nossa plataforma durante muitos anos”, declarou um porta-voz da ByteDance em resposta ao decreto.

A entrada da Oracle na jogada ocorre porque o bilionário Larry Elisson, co-fundador da empresa, é um dos poucos empresários do Vale do Silício que apoiam abertamente Donald Trump, tanto que no último mês de fevereiro o magnata organizou — em sua propriedade na Califórnia — um evento de arrecadação de fundos para a campanha do republicano. Apesar da relação próxima entre eles, a Casa Branca ainda não se posicionou sobre algum tipo de apoio para alguma das empresas envolvidas no negócio. Até então, a Microsoft despontava como a favorita para a corrida. A big tech fundada por Bill Gates chegou a cogitar, inclusive, a compra das operações globais do TikTok, mas a desenvolvedora da rede social chinesa rechaçou qualquer possibilidade de incluir novos países além dos já envolvidos atualmente. De toda forma, qualquer transação terá que enfrentar uma lista de desafios, o principal deles é separar a tecnologia de apoio do TikTok da tecnologia da ByteDance, razão pela qual Donald Trump exige a venda do aplicativo nos EUA, em vista que acusa a desenvolvedora chinesa de espionar os usuários americanos para o governo chinês.

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Com a chegada da Oracle ao pleito, as chances do Twitter, que demonstrou interesse na disputa, se tornaram ainda mais remotas, em vista que a rede social teria pouco tempo para levantar o capital necessário para a operação. O Twitter tem uma capitalização de mercado de cerca de 30 bilhões de dólares, praticamente o valor de ativos do TikTok a ser alienado. Por outro lado, joga a favor da companhia comandada por Jack Dorsey o fato de que sua oferta enfrentaria menos entraves regulatórios do que a da Microsoft, por exemplo, e que também não passaria por pressões da China, uma vez que não atua no país.

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