Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Mercado de trabalho em alta ajuda consumo e atrapalha juros

Taxa de emprego para o trimestre encerrado em julho, de 6,8%, foi a menor da série histórica

Por Juliana Elias 30 ago 2024, 13h39

A notícia de que o Brasil renovou em julho, mais uma vez, o recorde de emprego é boa para o consumo, o varejo e o crescimento da economia, mas é também um empecilho na tarefa de que o Banco Central possa voltar a baixar a taxa de juros – o que, no longo prazo, pode voltar a travar o crescimento.

“Os números mostram que o mercado de trabalho continua muito aquecido, o que acaba pressionando os preços de serviços, dificultando o controle da inflação.”, disse a economista-chefe do C6 Bank, Claudia Moreno, em relatório a clientes. A projeção do banco é que a taxa de desemprego não deve mais continuar caindo nos próximos meses e pode até voltar a subir um pouco, mas permanecerá em um nível baixo, abaixo dos 7%, ao longo de todo o próximo ano, o que colaborará para uma inflação que ficará ainda mais longe da meta de 3% no período. A estimativa é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre 2024 em 4,7% e 2025 em 5% – nos dois casos, acima no limite de tolerância da meta, que tem um teto de 4,5%.

No trimestre de maio a julho de 2024, a taxa de desocupação caiu para 6,8%, a menor taxa para um trimestre encerrado em julho na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012. A população desocupada caiu para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando trabalho no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

“Um mercado de trabalho apertado, a capacidade econômica esgotada e políticas fiscais expansionistas exigem monitoramento rigoroso quanto ao impacto na inflação e na convergência da inflação para a meta”, disse o economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório a clientes.

Continua após a publicidade

A avaliação de Ramos, entretanto, é de que já há sinais de esgotamento no avanço do mercado de trabalho. “Os aumentos consecutivos dos salários e do emprego desaceleraram em julho”, diz. “A força de trabalho ativa diminuiu 0,1% em julho na comparação mensal com ajuste sazonal, e o contingente de indivíduos fora da força de trabalho aumentou 0,3% na mesma base. O crescimento da renda real média dos trabalhadores empregados moderou para 4,8% na comparação anual, e o crescimento do emprego para 2,7% na comparação anual.”

É também o que destaca a equipe de análise do Itaú. “Apesar da queda da taxa de desemprego, os dados divulgados hoje não mostram melhora adicional do mercado de trabalho”, disse o banco em relatório. “O recuo do desemprego foi puxado por uma queda na taxa de participação, e não por maior geração de emprego. Os salários reais efetivos interromperam a sequência de altas observadas nos últimos meses e a massa salarial recuou pela primeira vez desde maio do ano passado.”

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.