ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Mercado de trabalho começa a se estabilizar, mas ainda pesará na inflação

Massa de rendimentos bate recorde em fevereiro e indica que o consumo das famílias continua sustentando a economia e pressionando os preços

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 mar 2025, 10h37 - Publicado em 28 mar 2025, 10h32

O mercado de trabalho dá sinais de que começa a se estabilizar, segundo os dados de emprego e desemprego divulgados nesta sexta-feira 28 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora siga em níveis historicamente baixos, a taxa de desemprego subiu para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, ante 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024. Embora a estabilidade seja uma má notícia para os 7,5 milhões de desempregados, os analistas veem o dado como positivo, pois o esfriamento da economia pode ajudar a conter a inflação.

A ajuda, porém, não virá tão cedo. “Os dados sugerem um início de ajuste no mercado de trabalho, mas os salários continuam pressionados, sem muito alívio para a inflação à frente”, afirma Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. Desde o ano passado, o baixo desemprego favorece reajustes salariais acima da inflação, além de elevar o salário inicial – aquele oferecido pelas empresas para contratar um funcionário.

Com isso, em fevereiro, o rendimento bruto habitual dos trabalhadores foi de 3 387 reais por mês em média. A cifra é 1,3% maior que a registrada em novembro de 2024, e 3,6% superior à de fevereiro do ano passado. A combinação de desemprego baixo, ganhos salariais reais e recorde de trabalhadores com carteira assinada levou a outro recorde em fevereiro. Segundo o IBGE, a massa de rendimento real habitual totalizou 342 bilhões de reais. O montante ficou em linha com o de novembro, mas é 6,2% maior que o de um ano atrás. A estabilidade em relação a novembro também foi destacada pelos analistas. “Os salários seguem pressionados, mas a massa salarial dá sinais de estabilização”, diz Borsoi.

Para Volnei Eyng, executivo-chefe da gestora Multiplike, o aumento da renda dos trabalhadores “significa que o consumo das famílias ainda tem sustentado a economia, mesmo que com menor fôlego. Para a inflação, essa desaceleração no emprego pode ajudar a controlar os preços, já que menos pessoas conseguindo emprego rapidamente reduz a pressão sobre os salários.”

Eyng acrescenta que os dados divulgados hoje pelo IBGE mostram um “misto de notícias ruins e positivas”. Do lado negativo, o resultado de fevereiro indica que o desemprego está aumentando. “Mas a parte positiva é para a política monetária, uma vez que o dado sinaliza para o BC que a atividade está enfraquecendo, nós temos um mercado de trabalho menos aquecido e com isso menos consumo por bens e serviços reduzindo uma potencial inflação.”

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$23,88, equivalente a R$ 1,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.