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Melhora do dólar é temporária e moeda pode ir a R$ 6,40 com Trump e fiscal, diz UBS

Cotação hoje é de 5,80 reais. Economistas da equipe internacional do grupo suíço participam de evento em São Paulo e falaram sobre projeções para 2025

Por Juliana Elias Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 fev 2025, 17h35 - Publicado em 28 jan 2025, 15h22

O alívio recente no dólar, que está sendo negociado hoje na faixa dos 5,80 reais depois passar dos 6 e chegar a quase 6,30 reais em dezembro, deve ser temporário, e, acompanhando tanto tendências internacionais quanto domésticas, deve voltar a piorar ao longo do ano, de acordo com os economistas da equipe internacional do grupo financeiro suíço UBS. A expectativa atual do banco é que, no caso do real, a cotação da moeda deve voltar para a faixa dos 6,20 reais nos próximos meses, podendo chegar até os 6,40. As informações foram dadas pelo economista-chefe do UBS, Arend Kapteyn, e do diretor de investimentos de mercados emergentes nas Américas do UBS Global Wealth Management, Alejo Czerwonko, que participam nesta terça-feira, 28, da Latin America Investment Conference (Laic), em São Paulo, e falaram com jornalistas brasileiros pela manhã. 

“Dezembro foi um mês horrível para os ativos brasileiros em particular, o real incluso, e isso ajuda a explicar essa reação melhor do real agora”, disse Czerwonko, argentino que monitora a economia latina e dos países emergentes do escritório do UBS em Nova York. “Mas esse real um pouco mais forte é sustentável? Nós achamos que não. Dada a força que o dólar vem tendo, nós acreditamos que o real, dos níveis que está hoje, deve depreciar ainda mais, e não apreciar, para algo entre 6,20 e 6,40 reais nos próximos seis a doze meses”, disse. 

O aumento da cotação é uma mistura, de acordo com uma tendência de valorização do dólar no mundo inteiro conforme a percepção de risco aumenta, somada a problemas internos ligados ao cenário fiscal brasileiro. “É uma combinação”, afirmou. “Há a resiliência da força do dólar em nível global, ligada em parte às ameaças de (Donald) Trump, e, domesticamente, está também difícil identificar gatilhos positivos. A questão fiscal irá continuar no foco das atenções durante boa parte do ano, enquanto o governo continua não enviando um sinal mais claro em direção à responsabilidade fiscal.”

De acordo com o economista-chefe do UBS, em nível global, parte do alívio do dólar frente às demais moedas nesse começo de ano reflete o fato de os primeiros dias do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recém-empossado, não terem sido tão radicais em termos de aplicação de novas medidas do que vinha sendo esperado e também em comparação a tudo que Trump deixou prometido ao longo de sua campanha. “Sim, os mercados tinha estendido demais as cotações e houve uma pausa [na apreciação do dólar]”, disse Arend Kapteyn, que chefia as pesquisas econômicas do grupo a partir do escritório em Londres. “Todos estavam com uma longa exposição ao dólar porque é uma das maneiras de estar defensivo para o que vem por aí. E aí, ao não vermos imediatamente muitas notícias negativas, houve uma espécie de recuo. Mas Trump prometeu políticas muito duras tanto com relação a tarifas quanto à imigração, e o fato de que ainda não foram anunciadas não significa que não vão acontecer.”

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