Lula se reúne com a presidente da Petrobras em meio a pressão para reajuste no combustível
Encontro com Magda Chambriard ocorre em meio a uma defasagem de 15% no diesel e de 8% na gasolina

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá com Magda Chambriard, a executiva-chefe da Petrobras, às 15h. Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também participarão do encontro. A pauta da reunião não foi divulgada, mas ocorre em um momento de forte defasagem dos preços dos combustíveis e há expectativas de que a Petrobras anuncie alguma correção.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina já apresenta uma defasagem de 8% em relação à média dos preços internacionais. No caso do óleo diesel, a diferença chega a 15%. A disparidade em relação ao mercado externo tem levado parte dos analistas a afirmar que a Petrobras pratica um congelamento velado de preços.
Em recente entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Chambriard refutou as críticas. “Não estamos congelando nada”, disse na ocasião. A presidente da estatal atribuiu a defasagem a uma série de fatores, como a sazonalidade — no começo do ano, segundo ela, as vendas de combustíveis caem — e a turbulência internacional causada pela posse do republicano Donald Trump como o 47º presidente dos Estados Unidos.
Chambriard afirmou ainda que monitora a questão a cada quinze dias, avaliando a diferença de preços em relação ao exterior e se reportando periodicamente ao conselho de administração — que, até agora, não exigiu nenhum acerto. É necessário lembrar, contudo, que o governo detém a maioria dos assentos e aprovar um reajuste de preços neste momento inflamará — literalmente — o debate sobre o controle da inflação, que estourou o teto da meta ao acumular 4,83%.
A disparada da inflação segue no radar dos analistas, que já preveem tempos ainda mais difíceis pela frente. O Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira 27, indica que, na média, o mercado projeta uma alta de 5,50% em 2025 — bem acima dos 4,5% do teto da meta. Segundo o Focus, a projeção do IPCA, o índice oficial de inflação, deste ano vem subindo há quinze semanas consecutivas.