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Lula defende concessão de crédito sem austeridade e em moeda local, em reunião do banco do Brics

Presidente pediu nova arquitetura financeira global, diz que 31 % dos projetos já são financiados nas moedas dos próprios países

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jul 2025, 11h30 - Publicado em 4 jul 2025, 10h53

O presidente Lula defendeu, nesta sexta-feira, 4, a criação de um “novo modelo de financiamento para o desenvolvimento sustentável, sem condicionalidades”, durante a abertura da 10ª reunião anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), no Rio de Janeiro. Segundo ele, a instituição, cuja presidente é  Dilma Rousseff, pode ser “mais do que um banco para países emergentes”, ajudando a corrigir o desequilíbrio de um sistema que, hoje, “faz o pobre ficar mais pobre e o rico mais rico”. O presidente também disse que uma das marcas do banco é  o fortalecimento do uso de moedas locais entre os países-membros “Já temos 31% dos projetos financiados nas moedas dos próprios países, o que reduz a dependência do dólar e reforça nossa autonomia financeira”, disse Lula.

Lula enquadrou o debate na conjuntura de “um cenário global instável, marcado pelo ressurgimento do protecionismo, pela crise climática e pela evolução de novas guerras”, e afirmou que a função do NDB “será crescente” para sustentar o desenvolvimento dos emergentes. Ele advertiu que “não é possível tratar a questão do financiamento com as mesmas regras”, lembrando que, desde a COP-15 de 2009, os países ricos prometeram US$ 100 bilhões anuais em apoio climático e os recursos que “nunca apareceram”. Hoje, estimou, seriam necessários US$ 1,6 trilhão para manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.

O presidente também  criticou a carga de juros paga por países africanos. “Devem US$ 900 bilhões e gastam mais com serviço da dívida do que conseguem investir”. “O mundo gastou US$ 2 trilhões em armas enquanto milhões passam fome”. Para Lula, o remédio passa por novas fontes de financiamento para a transição climática, com menor custo e sem exigências de austeridade fiscal. “Toda vez que se fala em austeridade, o pobre fica mais pobre”, afirmou.

Ao pedir “liderança política” para reformar os organismos multilaterais, Lula lamentou o que chamou de “insignificância” atual da ONU e sugeriu que os bancos de desenvolvimento regionais, inclusive um futuro banco africano, articulem mecanismos inovadores de crédito. Ele voltou a defender o debate sobre uma moeda de comércio que reduza a dependência do dólar.

“Se não encontrarmos outra fórmula, terminaremos o século 21 como começamos o século 20, e isso não será bom para a humanidade”, disse, deixando aos participantes, o desafio. a “mostrar ao mundo que é possível financiar o desenvolvimento sustentável sem repetir os erros do passado”.

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