Dólar bate R$ 6,30 mas recua após intervenções do Banco Central
A moeda americana tem renovado sucessivas máximas nos últimos dias, impulsionada pela incerteza quanto à aprovação do pacote fiscal

O dólar recua nesta quinta-feira, 19, após ações diretas do Banco Central no câmbio. Por volta de 12h40, a moeda era negociada a 6,16 reais, queda de 1,6% em relação ao fechamento de ontem, quando atingiu 6,29 reais, o maior valor registrado na história. Durante a manhã, o câmbio chegou a 6,30 reais, renovando o valor nominal.
A moeda americana tem renovado sucessivas máximas nos últimos dias, impulsionada pela incerteza quanto à aprovação do pacote fiscal e pela desidratação nas medidas propostas. O governo tem até amanhã para conseguir a aprovação antes do recesso parlamentar. Nesta manhã, o Banco Central realizou dois leilões cambiais na tentativa de injetar liquidez e conter a alta do dólar, mas as intervenções têm surtido pouco efeito até o momento. Desde a última quinta-feira, o BC já injetou 20,760 bilhões de dólares no mercado de câmbio, sendo 13,760 bilhões de dólares em leilões à vista.
O Ibovespa, principal índice da B3, também é pressionado por esse cenário. Após uma queda de 3%, a maior nos últimos seis meses, o índice ensaia uma tímida recuperação, atingindo 121,.400 pontos.
Além da tramitação do pacote fiscal, o foco local está no Relatório Trimestral de Inflação, que trará as previsões do Banco Central para a economia e será seguido de declarações de Roberto Campos Neto, que se despede da presidência da instituição.
Nos Estados Unidos, o PIB cresceu 3,1%, acima das expectativas, sinalizando uma economia aquecida. Esse resultado pode levar o banco central americano, o Federal Reserve, a adotar uma postura mais cautelosa com relação aos juros, após o corte de 0,25 ponto percentual realizado ontem.