Juros somam R$ 78 bi em fevereiro e dívida bruta sobe a 76,2% do PIB
Os juros nominais elevaram o indicador da dívida em 0,7 ponto percentual do PIB, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional

A dívida bruta do governo geral (DBGG), que inclui o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais, avançou em fevereiro e alcançou 76,2% do PIB, o equivalente a 9 trilhões de reais, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 8, pelo Banco Central. O aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior foi impulsionado principalmente pela incorporação de juros nominais, que sozinhos elevaram o indicador em 0,7 ponto percentual do PIB.
O setor público consolidado – que inclui União, estados, municípios e estatais – registrou um déficit primário de 19 bilhões de reais em fevereiro. O número representa uma melhora em relação ao mesmo mês de 2024, quando o rombo foi mais que o dobro: 48,7 bilhões de reais. O Governo Central respondeu pela maior parte do resultado negativo, com um déficit de 28,5 bilhões de reais, enquanto estados e municípios fecharam o mês com superávit de 9,2 bilhões de reais, e as estatais tiveram saldo positivo de 299 milhões de reais.
Quando custa a dívida pública?
Mesmo com a melhora na comparação interanual, o desempenho fiscal segue pressionado pelo custo elevado da dívida pública. Os gastos com juros nominais somaram 78,3 bilhões de reais em fevereiro, frente a 65,2 bilhões de reais no mesmo mês do ano passado. Segundo o BC, esse aumento reflete a elevação da taxa Selic, o crescimento da própria dívida e o maior número de dias úteis no período. No acumulado em 12 meses, a conta de juros já chega a 924 bilhões de reais, ou 7,78% do PIB.
Com isso, o resultado nominal das contas públicas – que soma o déficit primário e os juros – ficou negativo em 97,2 bilhões de reais no mês. No acumulado em 12 meses, o déficit nominal está em 939,8 bilhões de reais, ou 7,91% do PIB.
A dívida líquida do setor público também aumentou em fevereiro, chegando a 61,4% do PIB ( 7,3 trilhões de reais). O avanço de 0,3 ponto percentual no mês foi puxado pelos mesmos fatores que impactaram a dívida bruta: juros nominais e déficit primário, parcialmente compensados pelo efeito da variação do PIB nominal e ajustes na dívida externa líquida.
Apesar do crescimento da dívida em fevereiro, o BC destaca que no acumulado do ano houve leve queda nos indicadores, impulsionada principalmente pelo crescimento do PIB e por resgates líquidos de dívida.